Estimativa do Risco a 10 Anos de Doença Cardiovascular Fatal na População Portuguesa: Resultados do 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015)
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.13009Palavras-chave:
Avaliação do Risco, Doença Cardiovascular, Factores de Risco, Factores Socioeconómicos, PortugalResumo
Introdução: A doença cardiovascular é a principal causa de morbilidade e mortalidade a nível global e em Portugal. A utilização de algoritmos de avaliação do risco cardiovascular, nomeadamente o SCORE (Systematic Coronary Risk Evaluation), é recomendada no contexto da prevenção destas doenças. O objetivo deste estudo é estimar e caracterizar o risco cardiovascular na população portuguesa com idade compreendida entre os 40 e os 65 anos, em 2015, utilizando o algoritmo SCORE.
Material e Métodos: Para o cálculo do risco cardiovascular foram considerados os participantes no Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), com idades entre os 40 e os 65 anos de idade, com dados disponíveis sobre sexo, idade, consumo de tabaco, colesterol total e pressão arterial sistólica (n = 2945). A prevalência das categorias de risco cardiovascular foi estratificada de acordo com o sexo, grupo etário, estado civil, escolaridade, ocupação, grau de urbanização, região e rendimento.
Resultados: Em 2015, 5,1% e 11,9% da população residente em Portugal com idades entre os 40 e os 65 anos tinha, respetivamente, um risco elevado e um risco muito elevado de ter um evento cardiovascular fatal nos 10 anos seguintes. A maior prevalência de risco cardiovascular muito alto foi encontrada nos homens, nos indivíduos do grupo etário dos 60 aos 65 anos, casados ou vivendo conjugalmente, sem escolaridade ou apenas com o primeiro ciclo do ensino básico e pertencentes à categoria menos qualificada daatividade ocupacional (categoria C).
Discussão: Um estudo nacional anterior encontrou uma percentagem semelhante da população com um risco elevado/muito elevado de ter um evento cardiovascular fatal (19,5% versus 17,1%). O nosso estudo é representativo da população portuguesa adulta e adotou os procedimentos do Inquérito Europeu de Saúde com Exame Físico, essencial para futuras comparações com outros países europeus. Algumas das limitações do presente estudo incluem o possível viés de participação e a não calibração do algoritmo SCORE para a população portuguesa.
Conclusão: Uma percentagem considerável da população portuguesa com idade entre os 40 e os 65 anos tinha, em 2015, um risco alto ou muito alto de desenvolver um evento cardiovascular fatal nos 10 anos seguintes. Dada a possibilidade de sobrestimação de risco, já reportada para outros países Europeus, seria essencial realizar um estudo de follow-up para validar a adequação do uso do SCORE na população portuguesa.
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