Crise Económica em Portugal: Evolução da Incidência de Depressão e Correlação com o Desemprego

Autores

  • Inês Laplanche Coelho Unidade de Saúde Familiar do Dafundo. Agrupamento de Centros de Saúde Lisboa Ocidental e Oeiras. Oeiras.
  • Mafalda Sousa-Uva Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa. Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.
  • Nuno Pina Unidade de Saúde Familiar Tondela. Agrupamento de Centros de Saúde Dão-Lafões. Tondela.
  • Sara Marques Unidade de Saúde Familiar Tondela. Agrupamento de Centros de Saúde Dão-Lafões. Tondela.
  • Carlos Matias-Dias Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa. Centro de Investigação em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.
  • Ana Paula Rodrigues Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.13574

Palavras-chave:

Cuidados de Saúde Primários, Depressão Vigilância de Evento Sentinela, Desemprego, Portugal, Recessão Económica

Resumo

Introdução: Estudos anteriores verificaram um aumento da taxa de incidência de depressão entre 2007 e 2013 em Portugal, a qual se correlacionou positivamente com a taxa de desemprego, nomeadamente, em homens. Tal facto levantou a hipótese desse aumento se encontrar relacionado com a situação de crise económica à data. No sentido de testar esta hipótese, este estudo teve como objetivo investigar se a correlação entre taxa de desemprego e incidência de depressão se manteve no período de recuperação económica pós-crise em Portugal (2016 – 2018).
Material e Métodos: Realizou-se um estudo ecológico, utilizando dados da rede Médicos Sentinela relativos à incidência de depressão (primeiros episódios e recidiva) e dados do Instituto Nacional de Estatística sobre a taxa de desemprego na população portuguesa. O coeficiente de correlação foi estimado através de regressão linear e os resultados foram desagregados por sexo.
Resultados: Entre 2016 e 2018, verificou-se um decréscimo consistente da incidência de depressão em ambos os sexos. Durante o período 1995 – 2018, observou-se uma correlação positiva entre desemprego e depressão, sendo o seu coeficiente de 0,833 (p = 0,005) nos homens e de 0,742 (p = 0,022) nas mulheres.
Discussão: A redução da taxa de incidência de depressão em ambos os sexos, observada entre 2016 e 2018, corrobora a existência da correlação positiva entre desemprego e depressão na população portuguesa, observada anteriormente em 2007 – 2013.
Conclusão: Este estudo reforça a necessidade de monitorização da ocorrência de doença mental na população portuguesa, em especial em momentos de maior vulnerabilidade social, para instituição de medidas preventivas como forma de mitigar o impacto de futuras crises económicas.

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Publicado

2021-03-31

Como Citar

1.
Coelho IL, Sousa-Uva M, Pina N, Marques S, Matias-Dias C, Rodrigues AP. Crise Económica em Portugal: Evolução da Incidência de Depressão e Correlação com o Desemprego. Acta Med Port [Internet]. 31 de Março de 2021 [citado 30 de Junho de 2024];34(4):278-82. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/13574

Edição

Secção

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