Realidade Virtual na Reabilitação: Por Que Sim e Por Que Não? Uma Revisão Sistemática
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.1358Resumo
O processo de reabilitação, independentemente da área de saúde a que se refere, continua a ser um desafio para profissionais, pacientese suas famílias. Na tentativa de superar as limitações das intervenções tradicionais, a tecnologia de Realidade Virtual (RV)tem sido aplicada de forma crescente à reabilitação e começa a fornecer importantes ferramentas que, contudo, geram debate eposicionamentos divergentes.Com o objetivo de investigar quais os contributos da RV aplicada ao domínio da reabilitação, nomeadamente em termos das vantagense limitações que comporta, o presente estudo procede a uma revisão sistemática da produção científica nesta área e apresentaum modelo que permite, de modo hierarquizado, descrever e sistematizar a natureza dos estudos revistos e as principais temáticasabordadas.A revisão sistemática focou-se sobre trabalhos científicos indexados, até novembro de 2010, na base de dados ISI Web of Knowledge.Os trabalhos incluídos foram analisados por dois investigadores independentes no programa NVivo 9 e o modelo desenvolvidoaplicado à recodificação do material em análise. Foram identificados 963 artigos, dos quais, aplicados os critérios de exclusão, 288títulos e resumos foram analisados. O modelo desenvolvido indica, como categorias centrais da bibliografia: Tipo de Artigo (Empírico;Teórico); Contextualização do Projeto; Tipo de Abordagem (Tecnologia Assistiva; Realidade Aumentada; Abordagens Tradicionais;Realidade Virtual). Esta última categoria (RV) foi decomposta de forma exaustiva para documentação da sua aplicabilidade, efeitose tendências futuras. Como vantagens da RV, surgem: a possibilidade de sua aplicação a uma diversidade de domínios, funçõescognitivas, comportamentos, doenças neurológicas e incapacidades físicas; as suas características e respetivas consequências; e apossibilidade de superar limitações das intervenções tradicionais. Do lado das limitações aparecem discutidos: os efeitos secundáriosda RV, as causas das limitações e precauções sugeridas. Os resultados evidenciam tendências promissoras acerca da utilização datecnologia de RV no domínio da reabilitação, com implicações para a forma como será realizada no futuro. Sugerem ainda a necessidadede dar continuidade aos trabalhos que procuram avaliar a aplicabilidade da RV na reabilitação em geral e na reabilitação (neuro)cognitiva em particular.
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