HIPTCN: Estudo Prospetivo Observacional de Doentes Traumatizados Cranioencefálicos Hipocoagulados com Tomografia Computorizada Inicial Normal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.13770Palavras-chave:
Anticoagulantes, Estudo Multicêntrico, Hemorragia Intracraniana Traumática, Lesões Encefálicas Traumáticas, Procedimentos Neurocirúrgicos, Tomografia Computorizada de Feixe Cónico EspiralResumo
Introdução: O nosso protocolo nacional para traumatismos cranioencefálicos recomenda que doentes hipocoagulados com trauma craniano ligeiro e tomografia inicial sem alterações traumáticas intracranianas sejam hospitalizados 24 horas e façam uma tomografia computorizada pós-vigilância. O principal objetivo deste estudo foi avaliar a relevância clínica dessas medidas.
Material e Métodos: Foi realizado em quatro hospitais um estudo prospetivo e observacional. Foram incluídos adultos hipocoagulados com trauma craniano e tomografia normal. Os principais outcomes avaliados foram: taxa de hemorragia intracraniana tardia, taxa de internamento numa enfermaria de neurocirurgia, taxa de complicações relacionadas com a vigilância e taxa de hospitalização prolongada por complicações.
Resultados: Foram incluídos um total de 178 doentes. Quatro doentes (2,3%) apresentaram hemorragia tardia e três (1,7%) foram mantidos hospitalizados numa enfermaria de Neurocirurgia. Não foram documentados casos de hemorragia tardia sintomática. Nenhuma cirurgia foi necessária e em todos estes doentes a anticoagulação foi interrompida. Durante a vigilância, foram relatadas complicações em sete doentes (3,9%), dos quais dois exigiram hospitalização prolongada.
Discussão: A taxa de complicações relacionadas com a vigilância foi maior do que a taxa de hemorragia tardia. O período inicial de vigilância intra-hospitalar não trouxe qualquer vantagem, já que o manejo dos doentes nunca foi ditado por alterações neurológicas. A tomografia pós-vigilância desempenhou um papel importante na decisão sobre a suspensão da anticoagulação e o prolongamento da hospitalização.
Conclusão: A hemorragia tardia é um evento raro e a necessidade de cirurgia ainda mais. Deve ser reavaliada a necessidade de vigilância intra-hospitalar.
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