A Incontinência Urinária em Mulheres Praticantes de Exercício Recreativo: Um Estudo Transversal

Autores

  • Maria Francisca Silva Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto.
  • Rui Prado Costa Serviço de Medicina Física e Reabilitação. Centro Hospitalar Universitário de São João. Porto. https://orcid.org/0000-0003-3390-739X
  • Carla Maria Oliveira i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde. Universidade do Porto. Porto. INEB - Instituto de Engenharia Biomédica. Universidade do Porto. Porto. ESS-IPP - Escola Superior da Saúde do Porto. Instituto Politécnico do Porto. Porto. https://orcid.org/0000-0002-4594-1723
  • Susana Moreira Serviço de Medicina Física e Reabilitação. Centro Hospitalar Universitário de São João. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.14004

Palavras-chave:

Desporto, Exercício, Incontinência Urinária

Resumo

Introdução: A incontinência urinária afeta até um terço das mulheres em Portugal. O exercício pode ser fator precipitante/de exacerbação, mas também protetor, se for adequado. O objetivo deste estudo é determinar a prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de exercício recreativo, avaliar a relação com o tipo de exercício e outros fatores de risco coexistentes, e aferir se o tema é abordado nos ginásios.
Material e Métodos: Estudo transversal através de questionários de auto-preenchimento em ginásios do Porto e Vila Nova de Gaia.
Resultados: Duzentas e noventa mulheres completaram os questionários. Destas, 67,6% tinham menos de 40 anos, 25,2% referiam incontinência e 53,4% tinham pelo menos um fator de risco não relacionado com exercício. Verificou-se uma associação estatisticamente significativa (p < 0,05) entre incontinência, obesidade e obstipação. Exercícios de alto impacto eram incluídos nos treinos de 62,1% das mulheres continentes e 50,9% das incontinentes. O tema incontinência e fortalecimento muscular do pavimento pélvico foi abordado em apenas 5,5% na avaliação inicial, 9,7% em treinos coletivos e em 13,5% das 37 mulheres com treinos individuais.
Discussão: A maior proporção de mulheres continentes, comparativamente às incontinentes, que praticavam exercício extenuante, sugere que este era um fator provocativo para algumas, não se verificando, contudo, uma associação estatisticamente significativa entre incontinência e tipo de exercício.
Conclusão: A incontinência urinária afeta mulheres praticantes de exercício recreativo, independentemente da idade e características do exercício. É raramente abordada nos ginásios, sendo necessário sensibilizar os profissionais para potenciar os efeitos preventivos/terapêuticos do exercício na função do pavimento pélvico e no controlo de fatores de risco modificáveis.

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Biografias Autor

Maria Francisca Silva, Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto.

Estudante de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Rui Prado Costa, Serviço de Medicina Física e Reabilitação. Centro Hospitalar Universitário de São João. Porto.

Médico do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do CHUSJ

Carla Maria Oliveira, i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde. Universidade do Porto. Porto. INEB - Instituto de Engenharia Biomédica. Universidade do Porto. Porto. ESS-IPP - Escola Superior da Saúde do Porto. Instituto Politécnico do Porto. Porto.

Professor Adjunto Convidado da ESS do IPP

Susana Moreira, Serviço de Medicina Física e Reabilitação. Centro Hospitalar Universitário de São João. Porto.

Médico Especialista em Medicina Física e de Reabilitação

Publicado

2021-11-02

Como Citar

1.
Silva MF, Prado Costa R, Oliveira CM, Moreira S. A Incontinência Urinária em Mulheres Praticantes de Exercício Recreativo: Um Estudo Transversal. Acta Med Port [Internet]. 2 de Novembro de 2021 [citado 22 de Novembro de 2024];34(11):724-32. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/14004

Edição

Secção

Original