Estimativas da População Portuguesa em Risco Elevado de Doença Grave por COVID-19 Devido à Idade e a Doenças Crónicas
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.14222Palavras-chave:
Avaliação do Risco, COVID-19, Doença Crónica/epidemiologia, Factores Etários, Factores de Risco, Índice de Gravidade de Doença, Infecções por Coronavírus/epidemiologia, PortugalResumo
Introdução: COVID-19 é uma doença respiratória viral que se tornou uma ameaça global à saúde pública. Grupos específicos da população são mais vulneráveis, nomeadamente os mais envelhecidos que estão expostos a determinadas doenças crónicas. O objetivo deste trabalho foi estimar a população portuguesa com potencial risco elevado de complicações após a infeção por COVID-19 devido à idade e comorbilidades específicas.
Material e Métodos: A amostra em estudo foi constituída por todas as pessoas com idade superior a 65 anos (2215 homens e 3486 mulheres) que participaram no 5º Inquérito Nacional de Saúde (INS 2014). Para calcular a população potencial de maior risco para o COVID-19, foram usadas as mais recentes estimativas demográficas oficiais, disponíveis no Instituto Nacional de Estatística - INE 2018. Foi utilizada uma definição mais estrita de risco, para tal utilizando o critério de idade e a presença das seguintes condições crónicas como potenciais fatores de risco para o COVID-19, de acordo com a literatura disponível: hipertensão, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença cardiovascular e cerebrovascular.
Resultados: Estimamos que 15,5% (n = 1 560 667) da população portuguesa possa estar em elevado risco de complicações por COVID-19 devido à idade e a condições crónicas pré-existentes. Tais estimativas variam em todo o país (de 1,7% nos Açores a 33,7% na região Norte). A região Norte não só apresenta a maior prevalência da morbilidade analisada em Portugal continental (72,8%), como também a maior população em elevado risco de doença severa COVID-19 (n = 526 607). Seguiu-se Lisboa e Vale do Tejo (n = 408 564) e a região Centro do país (n = 388 867).
Discussão: Estes resultados devem incentivar as Autoridades de Saúde a proteger os mais vulneráveis à ameaça da pandemia, particularmente nas áreas do país com maior probabilidade de serem mais afetadas.
Conclusão: Neste trabalho estimámos que, devido à idade e a determinadas condições crónicas pré-existentes, há um número considerável de portugueses que se encontra em elevado risco de doença severa em caso de infeção COVID-19. Estas estimativas variam ao nível regional.
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