Estimativas da População Portuguesa em Risco Elevado de Doença Grave por COVID-19 Devido à Idade e a Doenças Crónicas

Autores

  • Pedro A. Laires Centro de Investigação em Saúde Pública (CISP). Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.
  • Carla Nunes Centro de Investigação em Saúde Pública (CISP). Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.14222

Palavras-chave:

Avaliação do Risco, COVID-19, Doença Crónica/epidemiologia, Factores Etários, Factores de Risco, Índice de Gravidade de Doença, Infecções por Coronavírus/epidemiologia, Portugal

Resumo

Introdução: COVID-19 é uma doença respiratória viral que se tornou uma ameaça global à saúde pública. Grupos específicos da população são mais vulneráveis, nomeadamente os mais envelhecidos que estão expostos a determinadas doenças crónicas. O objetivo deste trabalho foi estimar a população portuguesa com potencial risco elevado de complicações após a infeção por COVID-19 devido à idade e comorbilidades específicas.
Material e Métodos: A amostra em estudo foi constituída por todas as pessoas com idade superior a 65 anos (2215 homens e 3486 mulheres) que participaram no 5º Inquérito Nacional de Saúde (INS 2014). Para calcular a população potencial de maior risco para o COVID-19, foram usadas as mais recentes estimativas demográficas oficiais, disponíveis no Instituto Nacional de Estatística - INE 2018. Foi utilizada uma definição mais estrita de risco, para tal utilizando o critério de idade e a presença das seguintes condições crónicas como potenciais fatores de risco para o COVID-19, de acordo com a literatura disponível: hipertensão, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença cardiovascular e cerebrovascular.
Resultados: Estimamos que 15,5% (n = 1 560 667) da população portuguesa possa estar em elevado risco de complicações por COVID-19 devido à idade e a condições crónicas pré-existentes. Tais estimativas variam em todo o país (de 1,7% nos Açores a 33,7% na região Norte). A região Norte não só apresenta a maior prevalência da morbilidade analisada em Portugal continental (72,8%), como também a maior população em elevado risco de doença severa COVID-19 (n = 526 607). Seguiu-se Lisboa e Vale do Tejo (n = 408 564) e a região Centro do país (n = 388 867).
Discussão: Estes resultados devem incentivar as Autoridades de Saúde a proteger os mais vulneráveis à ameaça da pandemia, particularmente nas áreas do país com maior probabilidade de serem mais afetadas.
Conclusão: Neste trabalho estimámos que, devido à idade e a determinadas condições crónicas pré-existentes, há um número considerável de portugueses que se encontra em elevado risco de doença severa em caso de infeção COVID-19. Estas estimativas variam ao nível regional.

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Publicado

2020-11-02

Como Citar

1.
Laires PA, Nunes C. Estimativas da População Portuguesa em Risco Elevado de Doença Grave por COVID-19 Devido à Idade e a Doenças Crónicas. Acta Med Port [Internet]. 2 de Novembro de 2020 [citado 17 de Julho de 2024];33(11):720-5. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/14222

Edição

Secção

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