Série de Casos de 103 Crianças com Infeção por SARS-CoV-2 em Portugal

Autores

  • Clara Picão de Carvalho Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. https://orcid.org/0000-0002-9315-1363
  • Carolina Castro Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Isabel Sampaio Graça Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Serviço de Cardiologia Pediátrica. Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Oeiras.
  • Cristina Lorenzo Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Ana Barbosa Rodrigues Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Rafael Inácio Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Filipa Prata Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa.
  • Ana Mouzinho Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa.
  • Sara Pinto Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa.
  • José Gonçalo Marques Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Instituto de Medicina Molecular. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.14537

Palavras-chave:

Adolescente, COVID-19, Criança, Infecções por Coronavírus/diagnóstico, Portugal, SARS-CoV-2

Resumo

Introdução: O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte foi ativado para referência de doentes com infeção SARS-CoV-2 em 11 de março de 2020. O objetivo deste estudo é descrever a experiência do Departamento de Pediatria na abordagem e evolução clínica de crianças infetadas.
Material e Métodos: Realizámos um estudo observacional descritivo. Incluímos as crianças e adolescentes (0 aos 18 anos) com infeção por SARS-CoV-2 diagnosticados na urgência e internamento do nosso departamento entre 11 de março e 18 de junho de 2020. Consultámos registos internos e a plataforma Trace COVID-19 e contactámos os cuidadores para avaliação de seguimento.
Resultados: De 103 crianças diagnosticadas, 83% tiveram contacto prévio identificado com doente infetado, 43% doentes apresentaram febre e 42% sintomas respiratórios. Em 10% havia fatores de risco; 21% tinham idade inferior a um ano. Foram internadas 10% das crianças, uma em cuidados intensivos com síndrome inflamatória multissistémica pediátrica. Foi efetuada avaliação laboratorial em 9%, radiografia torácica em 7%. Nenhum recebeu suporte ventilatório, terapêutica antiviral ou realizou tomografia computorizada torácica. Foram reobservadas em serviço de urgência 8% das crianças, sendo internada uma. A evolução foi conhecida em 101 casos sendo favorável em todos.
Discussão: A maioria dos doentes tinha link epidemiológico familiar e pouca repercussão clínica, mesmo no primeiro ano de vida. A menor gravidade esperada na criança motivou a adoção de critérios habituais noutros quadros clínicos semelhantes para a realização de exames complementares de diagnóstico e internamento hospitalar. Não foi administrada terapêutica antiviral em nenhum doente por se considerar haver pouca evidência de benefício.
Conclusão: Esta estratégia traduziu-se num baixo consumo de recursos hospitalares e revelou-se segura nesta série.

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Publicado

2020-12-02

Como Citar

1.
Picão de Carvalho C, Castro C, Sampaio Graça I, Lorenzo C, Barbosa Rodrigues A, Inácio R, Prata F, Mouzinho A, Pinto S, Marques JG. Série de Casos de 103 Crianças com Infeção por SARS-CoV-2 em Portugal. Acta Med Port [Internet]. 2 de Dezembro de 2020 [citado 22 de Novembro de 2024];33(12):795-802. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/14537

Edição

Secção

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