Endocardite Infecciosa Como Causa de Morte: Um Estudo Populacional em Portugal, de 2002 a 2018

Autores

  • Catarina de Sousa Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL). Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Serviço de Cardiologia. Centro Hospitalar Barreiro/Montijo (CHBM). Barreiro. https://orcid.org/0000-0003-1709-6283
  • Ruy M. Ribeiro Laboratório de Biomatemática. Instituto de Saúde Ambiental. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. https://orcid.org/0000-0002-3988-8241
  • Fausto J. Pinto Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL). Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Departamento Coração e Vasos. Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Norte (CHULN). Lisboa. https://orcid.org/0000-0002-8034-4529

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.14609

Palavras-chave:

Endocardite/epidemiologia, Endocardite/mortalidade, Estações, Portugal

Resumo

Introdução: A endocardite infeciosa apresenta uma taxa substancial de morbilidade e mortalidade. Estudos populacionais que abordam a mortalidade por endocardite infeciosa em Portugal são escassos. O nosso objetivo foi estudar as mortes causadas por endocardite infeciosa e os dados demográficos e tendências temporais correspondentes.
Material e Métodos: Estudo de coorte retrospetivo de todos os doentes cuja causa de óbito foi endocardite infeciosa em Portugal entre 2002 e 2018. Os dados foram obtidos no sistema nacional de informação de certificados de óbito.
Resultados: Em Portugal, 3634 pessoas morreram de endocardite infeciosa ao longo de um período de 17 anos - taxa de mortalidade específica da endocardite infeciosa de 2,1 por 100 000 habitantes. De todos os falecidos, 89% tinham pelo menos 60 anos, a maior parte dos quais do género feminino (55%) e morreram por endocardite infeciosa. Globalmente, 72% morreram numa instituição de saúde. Foi demonstrado um aumento anual de 9% na taxa de mortalidade por endocardite infeciosa, com uma tendência ascendente significativa nos meses mais frios.
Discussão: Em Portugal, a mortalidade por endocardite infeciosa aumentou, afetando principalmente doentes mais idosos e mulheres, o que pode ser parcialmente explicado pelo envelhecimento da população. O manejo de doentes idosos com endocardite infeciosa é exigente, pois apresentam maior número de comorbidades, mais valvulopatia e próteses valvulares, procedimentos médicos invasivos e menor probabilidade de serem submetidos a cirurgia cardíaca.
Conclusão: Para além dos dados sobre a evolução demográfica de Portugal, é indispensável rever a incidência da endocardite infeciosa e a sua tendência, de forma a melhor interpretar estes resultados. É fundamental identificar indicadores que possam ser usados para melhor modelar as políticas nacionais de saúde, de forma a melhorar os resultados clínicos na endocardite infeciosa no nosso país.

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Biografias Autor

Catarina de Sousa, Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL). Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Serviço de Cardiologia. Centro Hospitalar Barreiro/Montijo (CHBM). Barreiro.

12/04/1978

Ruy M. Ribeiro, Laboratório de Biomatemática. Instituto de Saúde Ambiental. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa.

Laboratório de Biomatemática

Fausto J. Pinto, Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa (CCUL). Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Departamento Coração e Vasos. Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Norte (CHULN). Lisboa.

1. Centro Cardiovascular Universidade de Lisboa

2. Departamento Coração e Vasos

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Publicado

2021-12-02

Como Citar

1.
de Sousa C, Ribeiro RM, Pinto FJ. Endocardite Infecciosa Como Causa de Morte: Um Estudo Populacional em Portugal, de 2002 a 2018. Acta Med Port [Internet]. 2 de Dezembro de 2021 [citado 22 de Novembro de 2024];34(12):833-41. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/14609

Edição

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