O Internato de Formação Especializada em Neurocirurgia: Qual o Atual Panorama Nacional?

Autores

  • Lidia Nunes Dias Departamento de Neurocirurgia. Hospital Egas Moniz. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Lisboa. https://orcid.org/0000-0001-5868-2313
  • Pedro Pinto Leite Unidade de Saúde Pública. Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal. Almada.
  • Carla Reizinho Departamento de Neurocirurgia. Hospital Egas Moniz. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Lisboa.
  • José Cabral Departamento de Neurocirurgia. Hospital Egas Moniz. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.15110

Palavras-chave:

Educação de Pós-Graduação em Medicina, Internato e Residência Neurocirurgia/educação, Portugal

Resumo

Introdução: Em Portugal, o número de médicos internos em Neurocirurgia tem vindo a aumentar progressivamente ao longo dos anos, contudo esta evolução não tem sido acompanhada de estudos que permitam compreender o estado atual da formação. Foi objetivo deste estudo caracterizar e quantificar a satisfação na formação especializada em Neurocirurgia, em Portugal, no ano de 2019.
Material e Métodos: Estudo quantitativo, observacional e transversal baseado num questionário original enviado eletronicamente aos internos e recém-especialistas de Neurocirurgia entre outubro e dezembro de 2019. Incluiu-se perguntas sobre características e satisfação em termos de formação teórica, prática, entre outras.
Resultados: Obtiveram-se 37 respostas em médicos com cerca de 29,0 (± 4,0) anos, 78,4% homens e 54,1% provenientes de centros do Centro/Sul/Ilhas. Do total de respostas obtidas, 51,4% vieram de internos dos três primeiros anos. Quanto à formação teórica, evidenciou-se insatisfação em relação às reuniões de morbimortalidade (59,5%), existência de sessões/laboratório anatómico (89,2%), participação no ensino graduado (64,9%) e em investigação (64,9%). Quanto à formação prática, a insatisfação evidencia-se apenas em relação à consulta externa (56,8%). A primeira intervenção cirúrgica tende a ser realizada no primeiro mês de internato, no primeiro ano. Por ordem crescente, a primeira cirurgia é de trauma craniano (5,09 ± 4,59 meses), patologia de liquor (5,95 ± 4,3 meses), nervos periféricos (6,0 ± 7,0 meses), craniotomia (6,59 ± 3,88 meses) e patologia lombar (11,41 ± 1,5 meses). A cirurgia pediátrica é a última a ser iniciada (19,36 ± 20,0 meses). Parece existir satisfação geral com a avaliação anual (59,5%) mas não com a final (37,8%).
Conclusão: Este estudo cumpriu o objetivo principal de ser um ponto de partida na caracterização dos centros neurocirúrgicos portugueses e da satisfação no internato de formação especializada em Neurocirurgia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Publicado

2022-01-03

Como Citar

1.
Nunes Dias L, Pinto Leite P, Reizinho C, Cabral J. O Internato de Formação Especializada em Neurocirurgia: Qual o Atual Panorama Nacional?. Acta Med Port [Internet]. 3 de Janeiro de 2022 [citado 23 de Novembro de 2024];35(1):20-9. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/15110

Edição

Secção

Original