Seroprevalência da Infecção por SARS-CoV-2 em Portugal em Maio-Julho de 2020: Resultados do Primeiro Inquérito Serológico Nacional (ISNCOVID-19)

Autores

  • Irina Kislaya Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa. https://orcid.org/0000-0001-5772-2416
  • Paulo Gonçalves Departamento de Doenças Infeciosas. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.
  • Marta Barreto Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.
  • Rita de Sousa Departamento de Doenças Infeciosas. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.
  • Ana Cristina Garcia Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.
  • Rita Matos Departamento de Doenças Infeciosas. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.
  • Raquel Guiomar Departamento de Doenças Infeciosas. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.
  • Ana Paula Rodrigues Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.
  • On behalf of ISNCOVID-19 Group

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.15122

Palavras-chave:

Anticorpos Antivirais, COVID-19, Estudos Seroepidemiológicos, Imunoglobulina G, Imunoglobulina M, Portugal, SARS-Cov-2, Testagem COVID-19

Resumo

Introdução: Este estudo tem como objetivo estimar e descrever a prevalência dos anticorpos específicos (imunoglobulina M e/ou imunoglobulina G) contra o vírus da síndrome respiratória aguda grave do coronavírus 2 (SARS-CoV-2) em Portugal em maio-julho de 2020.
Material e Métodos: Após o pico da primeira onda epidémica foi realizado um estudo seroepidemiológico transversal numa amostra de 2301 pessoas residentes em Portugal, com idade igual ou superior a um ano. A amostra foi selecionada recorrendo um desenho amostral não probabilístico bietápico estratificado por quotas. Procedeu-se à deteção de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 (imunoglobulina M e imunoglobulina G) em amostras de soro por ensaio de imunoabsorção enzimática. As estimativas da seroprevalência (imunoglobulina M e/ou imunoglobulina G) e os respetivos intervalos de confiança a 95% foram estratificadas por sexo, grupo etário, região de saúde e escolaridade.
Resultados: A seroprevalência de anticorpos específicos imunoglobulina M e/ou imunoglobulina G foi de 2,9 % (intervalo de confiança a 95%: 2,0% – 4,2%), tendo sido mais elevada em homens (4,1%, intervalo de confiança a 95%: 2,6% - 6,6%) e nos indivíduos com ensino secundário (6,4%, intervalo de confiança a 95%: 3,2% - 12,5%). Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas na entre os grupos etários estudados, nem entre regiões.
Discussão: A seroprevalência estimada foi superior à incidência cumulativa de infeção reportada pelo Sistema Nacional de Vigilância, embora longe dos valores necessários para atingir a imunidade de grupo.
Conclusão: Os resultados indicam uma extensão limitada da infeção por SARS-CoV-2, na população estudada compatível com uma implementação precoce das medidas de confinamento em Portugal e suporta a necessidade de monitorização a seroprevalência de SARS-CoV-2 para conhecer a evolução da epidemia e proporção da população suscetível ao longo do tempo.

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Biografia Autor

Irina Kislaya, Departamento de Epidemiologia. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Lisboa.

Co-autor: ID#8235 + #14593 Mestrado em Estatística de Sistemas - Engenharia e Estatística

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Publicado

2021-02-01

Como Citar

1.
Kislaya I, Gonçalves P, Barreto M, de Sousa R, Garcia AC, Matos R, Guiomar R, Rodrigues AP, ISNCOVID-19 Group O behalf of. Seroprevalência da Infecção por SARS-CoV-2 em Portugal em Maio-Julho de 2020: Resultados do Primeiro Inquérito Serológico Nacional (ISNCOVID-19). Acta Med Port [Internet]. 1 de Fevereiro de 2021 [citado 22 de Novembro de 2024];34(2):87-94. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/15122

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