Seroprevalência da Infecção por SARS-CoV-2 em Portugal em Maio-Julho de 2020: Resultados do Primeiro Inquérito Serológico Nacional (ISNCOVID-19)
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.15122Palavras-chave:
Anticorpos Antivirais, COVID-19, Estudos Seroepidemiológicos, Imunoglobulina G, Imunoglobulina M, Portugal, SARS-Cov-2, Testagem COVID-19Resumo
Introdução: Este estudo tem como objetivo estimar e descrever a prevalência dos anticorpos específicos (imunoglobulina M e/ou imunoglobulina G) contra o vírus da síndrome respiratória aguda grave do coronavírus 2 (SARS-CoV-2) em Portugal em maio-julho de 2020.
Material e Métodos: Após o pico da primeira onda epidémica foi realizado um estudo seroepidemiológico transversal numa amostra de 2301 pessoas residentes em Portugal, com idade igual ou superior a um ano. A amostra foi selecionada recorrendo um desenho amostral não probabilístico bietápico estratificado por quotas. Procedeu-se à deteção de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 (imunoglobulina M e imunoglobulina G) em amostras de soro por ensaio de imunoabsorção enzimática. As estimativas da seroprevalência (imunoglobulina M e/ou imunoglobulina G) e os respetivos intervalos de confiança a 95% foram estratificadas por sexo, grupo etário, região de saúde e escolaridade.
Resultados: A seroprevalência de anticorpos específicos imunoglobulina M e/ou imunoglobulina G foi de 2,9 % (intervalo de confiança a 95%: 2,0% – 4,2%), tendo sido mais elevada em homens (4,1%, intervalo de confiança a 95%: 2,6% - 6,6%) e nos indivíduos com ensino secundário (6,4%, intervalo de confiança a 95%: 3,2% - 12,5%). Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas na entre os grupos etários estudados, nem entre regiões.
Discussão: A seroprevalência estimada foi superior à incidência cumulativa de infeção reportada pelo Sistema Nacional de Vigilância, embora longe dos valores necessários para atingir a imunidade de grupo.
Conclusão: Os resultados indicam uma extensão limitada da infeção por SARS-CoV-2, na população estudada compatível com uma implementação precoce das medidas de confinamento em Portugal e suporta a necessidade de monitorização a seroprevalência de SARS-CoV-2 para conhecer a evolução da epidemia e proporção da população suscetível ao longo do tempo.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons