Extracorporeal Membrane Oxygenation: Os Primeiros 10 Anos de Experiência de uma Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos Portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.15227Palavras-chave:
Cuidados Intensivos Pediátricos, Oxigenação por Membrana Extracorporal, PortugalResumo
Introdução: Em Portugal, a oxigenação por membrana extracorporal (ECMO) é utilizado em doentes pediátricos de forma consistente desde 2010. O nosso objetivo é descrever as características clínicas, indicações, complicações e sobrevivência associadas à utilização da ECMO nos primeiros 10 anos de experiência na nossa unidade.
Material e Métodos: Estudo de coorte retrospetivo dos doentes tratados com ECMO na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de Santa Maria, de 1 de maio de 2010 a 31 de dezembro de 2019.
Resultados: Foram incluídos 65 doentes: 37 neonatais (≤ 28 dias de idade) e 28 pediátricos (> 28 dias). Nos neonatais, a hérnia diafragmática congénita foi a principal indicação (40% dos recém-nascidos e 23% do total). Relativamente aos doentes pediátricos, a insuficiência respiratória constituiu a principal indicação para ECMO (47% do total). A mediana de duração da técnica foi de 12 dias. As complicações clínicas foram mais frequentes do que as mecânicas (65% vs 35%). Entre as complicações clínicas, a hemorragia no local de acesso foi a mais frequente (38% dos casos). A sobrevivência global do total da amostra foi de 68% no momento da alta (65% nos neonatais e 71% nos pediátricos), enquanto que a sobrevivência descrita no registo da Extracorporeal Life Support Organization é de 61%. O número de casos de utilização de ECMO tem vindo a aumentar desde 2011, embora de forma não linear (três casos em 2010 para 11 casos em 2019).
Discussão: Nos primeiros 10 anos de experiência em ECMO na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos recebemos doentes oriundos de várias partes do país. Apesar da evolução tecnológica contínua, as complicações relacionadas com o circuito têm um impacto significativo. A taxa de sobrevida global no nosso centro não foi inferior à reportada no relatório da Extracorporeal Life Support Organization.
Conclusão: A sobrevida global na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos não é inferior à descrita no registo internacional. A nossa experiência demonstra a eficácia da ECMO num centro Português.
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