Extracorporeal Membrane Oxygenation: Os Primeiros 10 Anos de Experiência de uma Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos Portuguesa

Autores

  • Daniel Meireles Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte. Lisboa. Serviço de Pediatria. Centro Materno-Infantil do Norte. Centro Hospitalar Universitário do Porto. Porto. https://orcid.org/0000-0002-2377-7731
  • Francisco Abecasis Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte. Lisboa.
  • Leonor Boto Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte. Lisboa.
  • Cristina Camilo Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte. Lisboa.
  • Miguel Abecasis Serviço de Cirurgia Cardiotorácica. Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Lisboa.
  • José Pedro Neves Serviço de Cirurgia Cardiotorácica. Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Lisboa.
  • Zélia Cristo Soares Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte. Lisboa.
  • Marisa Vieira Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos. Departamento de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.15227

Palavras-chave:

Cuidados Intensivos Pediátricos, Oxigenação por Membrana Extracorporal, Portugal

Resumo

Introdução: Em Portugal, a oxigenação por membrana extracorporal (ECMO) é utilizado em doentes pediátricos de forma consistente desde 2010. O nosso objetivo é descrever as características clínicas, indicações, complicações e sobrevivência associadas à utilização da ECMO nos primeiros 10 anos de experiência na nossa unidade.
Material e Métodos: Estudo de coorte retrospetivo dos doentes tratados com ECMO na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de Santa Maria, de 1 de maio de 2010 a 31 de dezembro de 2019.
Resultados: Foram incluídos 65 doentes: 37 neonatais (≤ 28 dias de idade) e 28 pediátricos (> 28 dias). Nos neonatais, a hérnia diafragmática congénita foi a principal indicação (40% dos recém-nascidos e 23% do total). Relativamente aos doentes pediátricos, a insuficiência respiratória constituiu a principal indicação para ECMO (47% do total). A mediana de duração da técnica foi de 12 dias. As complicações clínicas foram mais frequentes do que as mecânicas (65% vs 35%). Entre as complicações clínicas, a hemorragia no local de acesso foi a mais frequente (38% dos casos). A sobrevivência global do total da amostra foi de 68% no momento da alta (65% nos neonatais e 71% nos pediátricos), enquanto que a sobrevivência descrita no registo da Extracorporeal Life Support Organization é de 61%. O número de casos de utilização de ECMO tem vindo a aumentar desde 2011, embora de forma não linear (três casos em 2010 para 11 casos em 2019).
Discussão: Nos primeiros 10 anos de experiência em ECMO na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos recebemos doentes oriundos de várias partes do país. Apesar da evolução tecnológica contínua, as complicações relacionadas com o circuito têm um impacto significativo. A taxa de sobrevida global no nosso centro não foi inferior à reportada no relatório da Extracorporeal Life Support Organization.
Conclusão: A sobrevida global na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos não é inferior à descrita no registo internacional. A nossa experiência demonstra a eficácia da ECMO num centro Português.

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Publicado

2021-06-01

Como Citar

1.
Meireles D, Abecasis F, Boto L, Camilo C, Abecasis M, Neves JP, Soares ZC, Vieira M. Extracorporeal Membrane Oxygenation: Os Primeiros 10 Anos de Experiência de uma Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos Portuguesa. Acta Med Port [Internet]. 1 de Junho de 2021 [citado 30 de Junho de 2024];34(6):435-41. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/15227

Edição

Secção

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