Tratamento Farmacológico da Síndrome de Abstinência Alcoólica
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.15799Palavras-chave:
Abstinência de Álcool, Alcoolismo/tratamento farmacológico, Síndrome de AbstinênciaResumo
Introdução: Quando os consumidores excessivos crónicos de álcool, particularmente os indivíduos com o diagnóstico de perturbação de uso de álcool, suspendem abruptamente o consumo de bebidas alcoólicas, pode surgir um quadro clínico denominado síndrome de abstinência alcoólica. Nestes casos, é necessário muitas vezes instituir tratamento farmacológico para aliviar os sintomas e prevenir as complicações da abstinência. O tratamento farmacológico da síndrome de abstinência alcoólica é utilizado em unidades especializadas no tratamento de perturbação de uso de álcool, mas também pode ser necessário em serviços médico-cirúrgicos, quando esta síndrome se manifesta em doentes com perturbação de uso de álcool internados por patologias orgânicas.
Métodos: Revisão de guidelines disponíveis na literatura sobre tratamento da síndrome de abstinência alcoólica com o objetivo de determinar qual o tratamento farmacológico recomendado.
Resultados: Foram analisadas as quatro guidelines sobre tratamento farmacológico da síndrome de abstinência alcoólica (National Institute for Health and Care Excellence, American Society of Addiction Medicine, World Federation of Societies of Biological Psychiatry e American Psychiatric Association), em relação às suas recomendações e evidência da eficácia dos fármacos para tratamento da síndrome de abstinência alcoólica. Esta análise foi ainda complementada pela consulta das guidelines de Maudsley.
Discussão: As guidelines analisadas recomendam, como tratamento de primeira linha, o uso de benzodiazepinas. A associação de anticonvulsivantes, agonistas adrenérgicos alfa-2, betabloqueantes e antipsicóticos com benzodiazepinas está recomendada para controlo sintomático em quadros de privação mais exuberantes. É recomendado administrar tiamina para profilaxia da encefalopatia de Wernicke-Korsakoff a todos os doentes. Caso existam desequilíbrios hidroelectrolíticos, estes deverão ser corrigidos.
Conclusão: É fundamental manter um nível elevado de suspeita para o eventual aparecimento da síndrome de abstinência alcoólica em todos os contextos clínicos. Nesses casos, importa saber intervir precocemente.
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