Análise da Revisão Cochrane: O Papel dos Antiagregantes Plaquetários para Prevenir a Pré-Eclâmpsia e as Suas Complicações. Cochrane Database Syst Rev. 2019;10:CD004659.
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.15995Palavras-chave:
Cuidado Pré-Natal, Ensaios Clínicos Controlados Aleatórios como Assunto, Inibidores da Agregação Plaquetária/uso terapêutico, Pré-Eclâmpsia/prevenção e controlo, Pré-Eclâmpsia/tratamento farmacológicoResumo
A pré-eclâmpsia está associada à produção intravascular deficiente de prostaciclina, um vasodilatador, e à produção excessiva de tromboxano, um vasoconstritor e estimulante da agregação plaquetária. Essas observações levaram à hipótese de os antiagregantes plaquetários, em particular o ácido acetilsalicílico, poderem, em dose reduzida, prevenir ou retardar o desenvolvimento da pré-eclâmpsia. Esta revisão da Cochrane teve como objetivo avaliar a eficácia e segurança de antiagregantes plaquetários comparativamente a placebo ou a ausência de tratamento, quando administrados a mulheres em risco de desenvolver pré-eclâmpsia. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura até setembro de 2019, através de pesquisa nas seguintes bases de dados: Registo de Ensaios de Gravidez e Parto da Cochrane, ClinicalTrials.gov, Plataforma Internacional de Registo de Ensaios Clínicos da OMS (ICTRP) e listas de referência de estudos recuperados. Foram incluídos 77 ensaios clínicos aleatorizados, incluindo 40 249 mulheres grávidas em risco de desenvolver pré-eclâmpsia. Cerca de 80% destas mulheres foram avaliadas em nove dos 77 ensaios incluídos, sendo que oito destes nove ensaios disponibilizavam dados individuais. O ácido acetilsalicílico foi o antiagregante plaquetário avaliado na maioria dos ensaios, incluindo nos nove ensaios de maior dimensão. A presente revisão concluiu, com qualidade de evidência elevada, que a administração de ácido acetilsalicílico em dose reduzida (50 - 150 mg) a mulheres grávidas está associada a benefícios, considerados de magnitude pequena a moderada, na redução do risco de pré-eclâmpsia, parto prematuro, feto pequeno para a idade gestacional, e morte fetal ou neonatal. A administração de antiagregantes plaquetários a 1000 mulheres resultou em menos 20 gestações com desfechos adversos graves.
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