Qualidade de Vida dos Sobreviventes da COVID-19 Grave de um Hospital Universitário no Norte de Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.16277Palavras-chave:
COVID-19, Medicina Intensiva, Portugal, Qualidade de Vida, Seguimentos, SobreviventesResumo
Introdução: Os sobreviventes de doença crítica apresentam frequentemente sequelas a longo prazo. O objetivo deste estudo foi caracterizar os sobreviventes da COVID-19 grave e avaliar a qualidade de vida após a alta hospitalar.
Material e Métodos: Série de casos que inclui sobreviventes COVID-19 admitidos no Serviço de Medicina Intensiva de um Hospital Universitário. A consulta de seguimento foi realizada entre o 30º e o 90º dia após alta hospitalar. A qualidade de vida foi avaliada através do questionário EQ-5D com cinco níveis (EQ-5D-5L) e a funcionalidade através do instrumento World Health Organization Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS 2.0) de 12 questões.
Resultados: Foram incluídos 45 sobreviventes, 28 homens (62,2%), idade mediana de 63,0 anos. No questionário EQ-5D-5L 29 sobreviventes (64,4%) mostraram problemas moderados a extremos em alguma dimensão: seis (13,3%) na mobilidade, sete (13,3%) nos cuidados pessoais, 23 (51,1%) nas atividades habituais, 14 (31,1%) na dor/desconforto e 17 (37,8%) na ansiedade/depressão. No WHODAS 2.0 37 sobreviventes (82,2%) revelaram alterações funcionais moderadas a extremas em alguma questão: 19 (42,2%) em permanecer de pé por longos períodos, 18 (40,0%) em percorrer longas distâncias, 14 (31,1%) em cuidar das responsabilidades domésticas e 17 (37,8%) no dia-a-dia no trabalho; 23 (51,1%) mostraram-se emocionalmente afetados pelos seus problemas de saúde.
Discussão: A avaliação dos sobreviventes COVID-19 após a doença crítica demonstra que a mobilidade, a dor/desconforto e a ansiedade/depressão são os principais problemas que persistem um a três meses após a alta hospitalar.
Conclusão: O acompanhamento estruturado após alta poderá ter impacto significativo na qualidade de vida destes doentes.
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