Características Demográficas e Profissionais dos Especialistas em Ginecologia-Obstetrícia Registados em Portugal: Necessidades, Recursos e Desafios
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.16282Palavras-chave:
Demografia, Especialização, Ginecologia, Obstetrícia, Portugal, Prática ProfissionalResumo
Introdução: Apresentam-se as caraterísticas demográficas e profissionais dos especialistas de Ginecologia-Obstetrícia registados em Portugal e avaliam-se necessidades atuais e futuras.
Material e Métodos: Analisaram-se dados do Instituto Nacional de Estatística, da Ordem dos Médicos e de resposta a questionário enviado a diretores de serviços hospitalares portugueses de Ginecologia-Obstetrícia. Calcularam-se as necessidades de especialistas com base em indicadores estabelecidos de atividade médica da especialidade.
Resultados: Em 2018, registaram-se, em Portugal, 1 437 441 consultas da especialidade, 89 110 grandes cirurgias e 85 604 partos. Para essa atividade calcula-se serem necessários 1065 médicos da especialidade, em regime de 40 horas semanais, dos quais não mais do que 40% com idade igual ou superior a 55 anos; para manter este número são necessários 30 internos por ano. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, nesse ano existiam 1143 especialistas nos hospitais portugueses, 234 dos quais em hospitais privados. Por outro lado, estavam inscritos 1772 especialistas na Ordem dos Médicos, dos quais 1163 (66%) apresentavam uma idade igual ou superior a 55 anos, sendo 84% dos especialistas com menos de 40 anos do sexo feminino. Em 2020, nos 39 dos 41 serviços públicos e público-privados que responderam ao questionário, existiam 864 especialistas, dos quais 395 (46%) com idade igual ou superior a 55 anos. Para 2035 prevê-se um aumento de 7% nas necessidades de especialistas desta área.
Conclusão: Em Portugal não há falta de especialistas de Ginecologia-Obstetrícia em número absoluto, mas a existência de um elevado número de especialistas com idade igual ou superior a 55 anos, que tem direito a deixar de prestar atividade nos Serviços de Urgência, e de assimetrias regionais, contribuem para que continuem a existir algumas carências destes profissionais em vários serviços, nomeadamente em hospitais públicos.
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