Tratamento Médico Anti-Aterosclerótico e Controlo de Fatores de Risco numa Coorte de Doentes Vasculares em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.16458Palavras-chave:
Aterosclerosis/tratamento, Doenças Cardiovasculares/tratamento, Factores de Risco, Procedimentos Cirúrgicos VascularesResumo
Introdução: Este estudo pretendeu avaliar o padrão de tratamento médico antiaterosclerótico em doentes internados num serviço de cirurgia vascular, o controlo efetivo dos valores-alvo e a sua posterior modificação pela equipa vascular.
Material e Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospetivo com dados coletados prospectivamente entre maio de 2017 e maio de 2018 num centro terciário. Foram seguidas as guidelines da STROBE e incluídos todos os doentes submetidos a cirurgias primárias eletivas para correção de doença carotídea, aneurisma de aorta e doença arterial periférica. Definiu-se como ‘tratamento médico otimizado’ o tratamento com fármacos anti-trombóticos e hipolipemiantes e, quando apropriado, com agentes anti-hipertensivos e antidiabéticos. Foi registado tratamento médico otimizado à entrada bem como após a alta. À admissão foi igualmente realizado um controlo analítico e os doentes foram classificados como ‘adequadamente controlados’ se todos os valores analíticos estivessem de acordo com as normas de orientação clínica.
Resultados: Foram incluídos 279 pacientes (78% homens; idade média de 69 anos). O tratamento médico otimizado foi registado em 58,8% à data de admissão, tendo melhorado para 73,8% (IC 95%, 2,197 – 7,781; p < 0,001) após alta da enfermaria vascular. No início do estudo, 65,4% dos doentes estavam sob agentes hipolipemiantes e, destes, apenas 37% tinham valores de LDL-C dentro dos valores-alvo estabelecidos pelas normas de orientação clínica. Da forma semelhante, apenas 34,6% dos 78 doentes com diabetes tinham hemoglobina glicada dentro da normalidade. Da restante coorte, 8,5% tinha diabetes não diagnosticada.
Conclusão: Na nossa prática atual apenas 75% dos pacientes seguem o tratamento médico otimizado. Apesar do internamento num serviço de Cirurgia Vascular ser uma oportunidade única para otimizar o tratamento médico, este permanece abaixo do ideal em cerca de um quarto dos doentes. Devem ser realizados esforços adicionais no sentido de alertar os cirurgiões vasculares para esse problema e encontrar soluções multidisciplinares futuras que permitam melhorar o perfil de risco cardiovascular destes doentes.
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