Tuberculose em Idade Pediátrica: Experiência de 12 Anos num Centro Terciário de Referência em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.16474Palavras-chave:
Criança, Tuberculose, Tuberculose PulmonarResumo
Introdução: Em Pediatria, o diagnóstico de tuberculose constitui um desafio, pois a doença pode frequentemente manifestar-se através de formas graves e extrapulmonares. O objetivo deste estudo foi avaliar e refletir sobre a tuberculose grave com necessidade de internamento, em idade pediátrica, numa área metropolitana de Lisboa.
Material e Métodos: Estudo descritivo de doentes com idade inferior a 18 anos, internados com o diagnóstico de tuberculose num hospital pediátrico terciário, de 2008 a 2019 (12 anos).
Resultados: Identificados 145 doentes, numa média de 12 casos por ano, e um aumento do número de casos nos últimos três anos. A mediana de idades dos doentes era de 12,9 anos, 42,8% nascidos em países africanos de língua oficial portuguesa e 20% tinham doença crónica. Diagnosticou-se tuberculose pulmonar em 52,4% (n = 76) e tuberculose extrapulmonar em 47,6%: ganglionar (n = 26), óssea (n = 15), miliar (n = 8), meníngea (n = 7), peritoneal/intestinal (n = 6), pleural (n = 4), renal (n = 1), cutânea (n = 1), da parede torácica (n = 1) e glândulas salivares (n = 1). A prova tuberculínica foi positiva em 78/99 (78,8%) e o Interferon Gamma Release Assay em 61/90 (67,8%). Em 20,7% (n = 30) identificaram-se bacilos ácido-álcool resistentes no exame direto do suco gástrico/expetoração e o agente foi identificado em 59,3% (n = 86). A tuberculose resistente ocorreu em 11% (n = 16). Os doentes com tuberculose extrapulmonar eram mais jovens (p = 0,006) e fizeram tratamentos mais prolongados (p < 0,001). Ocorreram complicações da terapêutica em 11% (n = 16). Registou-se um óbito numa doente com neoplasia avançada.
Conclusão: Este estudo alerta para a necessidade do rastreio da infeção em crianças de países endémicos, imunossuprimidos e com doença crónica.
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