Um Ano de COVID-19 na Gravidez: Um Estudo Colaborativo Nacional
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.16574Palavras-chave:
COVID-19, Gravidez, Recém-Nascido, SARS-CoV-2, Transmissão Vertical de Doenças InfecciosasResumo
Introdução: Apesar do risco da COVID-19 na gravidez poder ser acrescido, são necessários estudos em larga escala para o melhor conhecimento do impacto desta infeção nesta população. O objetivo deste estudo é descrever as complicações obstétricas e a taxa de transmissão vertical em grávidas com infeção a SARS-CoV-2.
Material e Métodos: Os casos conhecidos de infeção por SARS-CoV-2 na gravidez foram registados nos hospitais portugueses por obstetras. Foram recolhidos dados epidemiológicos, da gravidez e do parto.
Resultados: Registaram-se 630 casos positivos em 23 maternidades portuguesas, a maioria no termo (87,9%) e assintomática (62,9%). A comorbilidade materna mais frequente foi a obesidade. A taxa de parto pré-termo e de leves para a idade gestacional foi de 12,1% e 9,9%, respectivamente. No terceiro trimestre, 2,9% das grávidas necessitaram de suporte respiratório. Verificou-se uma taxa de 1,5% de morte fetal, incluindo dois casos de transmissão vertical. Houve cinco casos de degradação respiratória no pós-parto, mas sem mortes maternas registadas. A taxa de cesarianas foi mais elevada na primeira do que na segunda vaga (68,5% vs 31,5%). A positividade do RT-PCR SARS-CoV-2 entre os recém-nascidos foi de 1,3%.
Conclusão: A infeção pelo SARS-Cov-2 na gravidez pode acarretar riscos aumentados para as grávidas e fetos. Recomenda-se uma vigilância individualizada nestes casos e a profilaxia desta população com a vacinação.
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