Consulta Não Presencial no Serviço Nacional de Saúde Português Durante a Pandemia de COVID-19: Estudo da Opinião dos Médicos e Implicações para o Futuro
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.16724Palavras-chave:
Consulta Remota, COVID-19, Portugal, Serviço Nacional de Saúde, TelemedicinaResumo
Introdução: A pandemia de COVID-19 impôs uma reorganização dos serviços de saúde e a teleconsulta surgiu como solução para manter o acompanhamento dos utentes. Este estudo caracterizou, pela perspetiva dos médicos, a consulta não presencial (CNP) realizada no Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante a primeira fase da pandemia e identificou fatores que influenciam a experiência da consulta.
Material e Métodos: Estudo transversal analítico com base num questionário online dirigido aos médicos do SNS entre julho e setembro de 2020. Recolheram-se dados demográficos e informação sobre a prática, atitudes e perceções relativas à CNP. Foram calculadas razões de prevalência através de regressões Poisson, ajustadas para identificar fatores associados a maior satisfação, utilização de videochamada e maior motivação para realizar teleconsultas no futuro.
Resultados: Obtiveram-se 2225 respostas válidas. A CNP foi realizada por 93,8% dos inquiridos neste período, dos quais 99,0% utilizou o telefone como forma de comunicação e apenas 8,0% a videochamada. Registámos elevada satisfação com as CNP realizadas, com significativa associação à ideia de que a CNP providencia cuidados de saúde de qualidade equivalentes à consulta presencial [adjusted prevalence ratio (aPR) = 1,472], e adesão à realização de CNP após a pandemia (aPR = 4,081). A existência de dificuldades clínicas (aPR = 0,763) ou técnicas (aPR = 0,666) esteve associada a menor satisfação. Entre os médicos respondentes, 70,4% gostariam de continuar a realizar CNP subsequentes e 53,3% consideram que deve ser sempre ou muitas vezes utilizado suporte de vídeo na CNP.
Conclusão: A teleconsulta parece ter potencial para se tornar uma prática comum no futuro. No entanto importa solucionar limitações de natureza clínica, técnica, organizacional e legal e, assegurar que é uma prática segura, benéfica e valorizada pelo utente.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Acta Médica Portuguesa
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons