Consulta Não Presencial no Serviço Nacional de Saúde Português Durante a Pandemia de COVID-19: Estudo da Opinião dos Médicos e Implicações para o Futuro

Autores

  • Catarina O'Neill * Os dois primeiros autores contribuiram igualmente para o presente manuscrito. Serviço de Gastrenterologia. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Lisboa. https://orcid.org/0000-0002-5412-1022
  • Margarida V. Matias * Os dois primeiros autores contribuiram igualmente para o presente manuscrito. Serviço de Pneumologia. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Lisboa. https://orcid.org/0000-0001-6113-3112
  • Vasco R. Peixoto NOVA National School of Public Health. Public Health Research Centre. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Unidade de Saúde Pública. Agrupamento de Centros de Saúde Lisboa Norte. Lisboa. https://orcid.org/0000-0002-7529-8206
  • Henrique O'Neill ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, ISTAR-IUL. Lisboa. Associação Portuguesa de Telemedicina. Lisboa.
  • Pedro Aguiar NOVA National School of Public Health. Public Health Research Centre. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. https://orcid.org/0000-0002-0074-7732
  • Eduardo Castela Associação Portuguesa de Telemedicina. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.16724

Palavras-chave:

Consulta Remota, COVID-19, Portugal, Serviço Nacional de Saúde, Telemedicina

Resumo

Introdução: A pandemia de COVID-19 impôs uma reorganização dos serviços de saúde e a teleconsulta surgiu como solução para manter o acompanhamento dos utentes. Este estudo caracterizou, pela perspetiva dos médicos, a consulta não presencial (CNP) realizada no Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante a primeira fase da pandemia e identificou fatores que influenciam a experiência da consulta.
Material e Métodos: Estudo transversal analítico com base num questionário online dirigido aos médicos do SNS entre julho e setembro de 2020. Recolheram-se dados demográficos e informação sobre a prática, atitudes e perceções relativas à CNP. Foram calculadas razões de prevalência através de regressões Poisson, ajustadas para identificar fatores associados a maior satisfação, utilização de videochamada e maior motivação para realizar teleconsultas no futuro.
Resultados: Obtiveram-se 2225 respostas válidas. A CNP foi realizada por 93,8% dos inquiridos neste período, dos quais 99,0% utilizou o telefone como forma de comunicação e apenas 8,0% a videochamada. Registámos elevada satisfação com as CNP realizadas, com significativa associação à ideia de que a CNP providencia cuidados de saúde de qualidade equivalentes à consulta presencial [adjusted prevalence ratio (aPR) = 1,472], e adesão à realização de CNP após a pandemia (aPR = 4,081). A existência de dificuldades clínicas (aPR = 0,763) ou técnicas (aPR = 0,666) esteve associada a menor satisfação. Entre os médicos respondentes, 70,4% gostariam de continuar a realizar CNP subsequentes e 53,3% consideram que deve ser sempre ou muitas vezes utilizado suporte de vídeo na CNP.
Conclusão: A teleconsulta parece ter potencial para se tornar uma prática comum no futuro. No entanto importa solucionar limitações de natureza clínica, técnica, organizacional e legal e, assegurar que é uma prática segura, benéfica e valorizada pelo utente.

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Publicado

2022-06-01

Como Citar

1.
O’Neill C, Matias MV, Peixoto VR, O’Neill H, Aguiar P, Castela E. Consulta Não Presencial no Serviço Nacional de Saúde Português Durante a Pandemia de COVID-19: Estudo da Opinião dos Médicos e Implicações para o Futuro. Acta Med Port [Internet]. 1 de Junho de 2022 [citado 23 de Dezembro de 2024];35(6):455-67. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/16724

Edição

Secção

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