Debriefing ou Feedback: Estudo Exploratório do Efeito de Dois Métodos de Discussão Pós-Cenário na Aquisição e Retenção de Competência Não-Técnicas
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.16898Palavras-chave:
Competência Clínica, Equipas de Cuidados ao Doente, Estudantes de Medicina, Feedback Formativo, Simulação RealísticaResumo
Introdução: Há uma escassez de estudos quantitativos comparando objetivamente o debriefing e o feedback como métodos de discussão pós-cenário e o seu impacto na aquisição e retenção de competências não-técnicas pelas equipas de saúde. O objetivo principal deste estudo é explorar esta questão de investigação, usando uma amostra de estudantes de medicina. Adicionalmente, foi analisada a opinião e preferência dos estudantes sobre o método de discussão pós-cenário.
Material e Métodos: Quarenta e cinco estudantes de medicina foram distribuídos em 15 equipas e alocados aleatoriamente a dois grupos. Cada equipa participou em três cenários de simulação diferentes, com níveis de dificuldade semelhantes e as mesmas oportunidades para aplicar as seguintes competências não-técnicas específicas: liderança, comunicação e gestão de tarefas. Para avaliar a aquisição e retenção de competências, os cenários decorreram nos dias um (linha de base), dois (aquisição) e 20 (retenção). O desempenho de cada equipa foi avaliado objetivamente por um observador, através da análise das gravações dos cenários e de uma checklist. Os estudantes foram ainda convidados a avaliar individualmente a condução do debriefing e do feedback.
Resultados: Ambos os grupos (debriefing e feedback) demonstraram um incremento semelhante nas pontuações objetivas, com um aumento acentuado entre os dias um e dois (aquisição) e um aumento ligeiro entre os dias dois e 20 (retenção). Os estudantes indicaram o debriefing como método de discussão preferencial.
Conclusão: O debriefing e o feedback são métodos eficazes de discussão pós-cenário, promovendo a aquisição e retenção de competências não-técnicas por estudantes pré-graduados. A aliança da prática reflexiva do debriefing com o estilo diretivo de feedback, alternando apropriadamente entre facilitação e instrução, é um compromisso aceitável para alcançar uma discussão educacionalmente significativa num tempo limitado.
Downloads
Referências
Kohn L, Corrigan J, Donaldson M. To err is human: building a safer health system. Committee on Quality in America. Washington: National Academy Press; 1999.
Institute of Medicine. Crossing the quality chasm: a new health care system for the 21st century. Washington: National Academy Press; 2001.
National Healthcare System, National Patient Safety Agency. Seven steps to patient safety: full reference guide. London: NHS; 2004.
Donaldson MS. An overview of to err is human: re-emphasizing the message of patient safety. In: Hughes RG editor. Patient safety and quality: an evidence-based handbook for nurses. Rockville: Agency for Healthcare Research and Quality; 2008.
Pham JC, Aswani MS, Rosen M, Lee H, Huddle M, Weeks K, et al. Reducing medical errors and adverse events. Annu Rev Med. 2012;63:447-63. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev-med-061410-121352
Makary MA, Daniel M. Medical error-the third leading cause of death in the US. BMJ. 2016;3:353-i2139. DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.i2139
Bagnasco A, Pagnucci N, Tolotti A, Rosa F, Torre G, Sasso L. The role of simulation in developing communication and gestural skills in medical students. BMC Med Educ. 2014;23:14-106. DOI: https://doi.org/10.1186/1472-6920-14-106
Hamo I. The role of the skills laboratory in the integrated curriculum of the Faculty of Medicine and Health Science. Med Teach. 1994;16:167-78. DOI: https://doi.org/10.3109/01421599409006727
Gordon J, Wilkerson W, Shaffer D, Armstrong E. Practicing medicine without risk: students’ and educators’ responses to high-fidelity patient simulation. Acad Med. 2001;76:469-72. DOI: https://doi.org/10.1097/00001888-200105000-00019
Bradley P. The history of simulation in medical education and possible future directions. Med Educ. 2006;40:254-62. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1365-2929.2006.02394.x
Ziv A, Wolpe PR, Small SD, Glick S. Simulation-based medical education: an ethical imperative. Simul Healthc. 2006;1:252-6. DOI: https://doi.org/10.1097/01.SIH.0000242724.08501.63
Gaba DM. The future vision of simulation in health care. Qual Saf Health Care. 2004;13:i2–10. DOI: https://doi.org/10.1136/qshc.2004.009878
Motola I, Devine LA, Chung HS, Sullivan JE, Issenberg SB. Simulation in healthcare education: A best evidence practical guide. Med Teach. 2015;35:10,e1511-30. DOI: https://doi.org/10.3109/0142159X.2013.818632
Sa-Couto CD, Patrão L, Maio-Matos F, Pego JM. Biomedical simulation: evolution, concepts, challenges and future trends. Acta Med Port. 2016;30;29:860-8. DOI: https://doi.org/10.20344/amp.8403
Gardner R. Introduction to debriefing. Semin Perinatol. 2013;37:166-74. DOI: https://doi.org/10.1053/j.semperi.2013.02.008
Rudolph J, Simon R, Dufresne R, Raemer D. There’s no such thing as “nonjudgmental” debriefing: a theory and method for debriefing with good judgment. Simul Healthc. 2006;1:49-55. DOI: https://doi.org/10.1097/01266021-200600110-00006
Fanning R, Gaba D. The role of debriefing in simulation-based learning. Simul Healthc. 2007;2:115-25. DOI: https://doi.org/10.1097/SIH.0b013e3180315539
Tavares W, Eppich W, Cheng A, Miller S, Teunissen PW, Watling CJ, et al. Learning conversations: an analysis of the theoretical roots and their manifestations of feedback and debriefing in medical education. Acad Med. 2020;95:1020-5. DOI: https://doi.org/10.1097/ACM.0000000000002932
Ramani S, Könings KD, Ginsburg S, van der Vleuten CP. Meaningful feedback through a sociocultural lens. Med Teach. 2019;41:1342-52. DOI: https://doi.org/10.1080/0142159X.2019.1656804
Sawyer T, Eppich W, Brett-Fleegler M, Grant V, Cheng A. More than one way to debrief: a critical review of healthcare simulation debriefing methods. Simul Healthc. 2016;11:209-17. DOI: https://doi.org/10.1097/SIH.0000000000000148
Jug R, Jiang XS, Bean SM. Giving and receiving effective feedback: a review article and how-to guide. Arch Pathol Lab Med. 2019;143:244-50. DOI: https://doi.org/10.5858/arpa.2018-0058-RA
Pendleton D, Scofield T, Tate P, Havelock P. The consultation: an approach to learning and teaching. Oxford: Oxford University Press; 1984.
Chowdhury R, Kalu G. Learning to give feedback in medical education. Obst Gynaec. 2004;6:243-7. DOI: https://doi.org/10.1576/toag.6.4.243.27023
Branch W, Paranjape A. Feedback and reflection: teaching methods for clinical settings. Acad Med. 2002;77:1185-8. DOI: https://doi.org/10.1097/00001888-200212000-00005
Abulebda K, Auerbach M, Limaiem F. Debriefing techniques utilized in medical simulation. [Updated 2020 Nov 21]. 2020. [cited 2020 Dec 16] Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK546660/.
Dreifuerst KT. The essentials of debriefing in simulation learning: a concept analysis. Nurs Educ Perspect. 2009;30:109-14.
Pivec JR. Debriefing after simulation: guidelines for faculty and students. St. Paul: St. Catherine University; 2011.
Nicholas C. Teaching with simulation. In: Huggett KN, Jeffries WB, editors. An introduction to medical teaching. 2nd ed. Springer; 2014. p. 93-112. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-017-9066-6_8
Chen TY. Medical leadership: an important and required competency for medical students. Tzu Chi Med J. 2018;30:66–70. DOI: https://doi.org/10.4103/tcmj.tcmj_26_18
Agha RA, Fowler AJ, Sevdalis N. The role of non-technical skills in surgery. Ann Med Surg. 2015;4:422-7. DOI: https://doi.org/10.1016/j.amsu.2015.10.006
Voyer S, Hatala R. Debriefing and feedback: two sides of the same coin? Simul Healthc. 2015;10:67-8. DOI: https://doi.org/10.1097/SIH.0000000000000075
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Acta Médica Portuguesa
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons