Potencial Aditivo das Redes Sociais: Um Estudo Transversal em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.18470Palavras-chave:
Comportamento Aditivo, Escalas de Classificação do Estado Psiquiátrico, Internet, Social Media, Transtorno de Dependência de InternetResumo
Introdução: A utilização de redes sociais é uma atividade bastante popular nos dias de hoje, com um tempo médio de utilização diária de duas horas e meia. O número de utilizadores continua a aumentar, perfazendo 4,65 mil milhões em 2022, aproximadamente 58,7% da população mundial. Um número crescente de estudos mostra que uma minoria destes utilizadores irá desenvolver uma adicção comportamental às redes sociais. O objetivo deste estudo é compreender se o uso de uma plataforma de rede social específica é um preditor de maior potencial adictivo.
Material e Métodos: Uma amostra de 300 pessoas (idade igual ou superior a 18 anos, 60,33% sexo feminino), completou um questionário online, com fatores sociodemográficos, dados acerca do uso de redes sociais e a Bergen Social Media Addiction Scale (BSMAS). Foram feitas análises de regressão linear e logística para determinar o potencial de adicção de cada plataforma.
Resultados: A utilização do Instagram® foi um preditor significativo para pontuações mais altas na BSMAS (B 2,51; p < 0,0001; CI 1,33 - 3,69). O uso de outras plataformas, incluindo o Facebook® (B -0,31), o Twitter® (B 1,38) e o Pinterest® (B -0,15) não pareceu ser um preditor de maior risco adictivo
Conclusão: O Instagram® atingiu uma maior classificação na BSMAS, com significância estatística, o que pode sugerir um maior potencial adictivo. É necessária mais investigação para estabelecer a direção desta relação, visto que o desenho transversal não permite inferências sobre a direccionalidade.
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