Prescrição de Benzodiazepinas e outros Sedativos na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo de 2013 a 2020: Um Estudo Retrospetivo

Autores

  • Samuel Gomes Comissão de Farmácia e Terapêutica. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa; Unidade de Saúde Familiar Águas Livres. Amadora. Portugal. https://orcid.org/0000-0002-5134-3359
  • Paula Broeiro-Gonçalves Comissão de Farmácia e Terapêutica. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo; Unidade de Cuidados de Saúde Primários dos Olivais; NOVA Medical School. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Portugal. https://orcid.org/0000-0002-5013-6171
  • Cristina Meireles Comissão de Farmácia e Terapêutica. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo; Serviços Farmacêuticos. Hospital Curry Cabral. Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Daniel Caldeira Comissão de Farmácia e Terapêutica. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo; Serviço de Cardiologia. Hospital Universitário de Santa Maria; Centro Cardiovascular. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal. https://orcid.org/0000-0002-2520-5673
  • João Costa Comissão de Farmácia e Terapêutica. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo; Laboratório de Farmacologia Clínica e Terapêutica. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa; Instituto de Medicina Molecular de Lisboa. Lisboa. Portugal. https://orcid.org/0000-0002-5831-4921
  • Mara Pereira Guerreiro Comissão de Farmácia e Terapêutica. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa; Egas Moniz Interdisciplinary Research Center. Egas Moniz School of Health & Science. Monte da Caparica. Portugal. https://orcid.org/0000-0001-8192-6080
  • Nadine Ribeiro Comissão de Farmácia e Terapêutica. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa; Egas Moniz Interdisciplinary Research Center. Egas Moniz School of Health & Science. Monte da Caparica. Portugal.
  • Renata Afonso Comissão de Farmácia e Terapêutica. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.18680

Palavras-chave:

Benzodiazepinas, Hipnóticos e Sedativos, Padrões de Prática Médica/tendências, Portugal, Uso de Medicamentos/tendências, Uso Off-Label

Resumo

Introdução: Portugal é o país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico com maior consumo de ansiolíticos, hipnóticos e sedativos, sendo uma proporção significativa constituída por benzodiazepinas ou análogos, associados a efeitos de tolerância e dependência. Por este motivo, em alternativa às benzodiazepinas para tratamento da insónia, algumas publicações identificam outros fármacos com efeito hipnótico, como antidepressivos, anti-histamínicos, antipsicóticos ou anticonvulsivantes. Assim, torna-se necessário compreender a evolução do consumo destes medicamentos, pelo que foi objetivo deste estudo avaliar a evolução da dispensa de benzodiazepinas, outros fármacos ansiolíticos, hipnóticos ou sedativos não benzodiazepínicos, fármacos com potencial uso off-label na insónia e os resultados de indicadores dos Cuidados de Saúde Primários neste âmbito na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Material e Métodos: Realizou-se um estudo em base de dados, censitário e retrospetivo, no período de 2013 até 2020, avaliando-se a evolução das variáveis total de doses diárias definidas, doses diárias definidas por 1000 habitantes por dia (DHD) e dos indicadores relevantes. Os dados foram extraídos da plataforma SIARS da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
Resultados: Verificou-se uma diminuição da dispensa de benzodiazepinas (de 57,44 para 51,77 DHD) mas o aumento da dispensa de não benzodiazepinas e de fármacos com potencial uso off-label (de 6,56 para 8,56 DHD e de 14,70 para 25,92 DHD, respetivamente). O zolpidem foi o mais dispensado entre os fármacos não benzodiazepínicos, acompanhando a tendência crescente de dispensa (de 4,86 para 6,96 DHD). Do conjunto de fármacos com potencial para uso off-label verificaram-se aumentos da dispensa para a trazodona (de 3,81 para 7,92 DHD), mirtazapina (de 3,52 para 6,48 DHD), pregabalina (de 3,15 para 4,87 DHD), quetiapina (de 2,68 para 4,59 DHD) e gabapentina (de 1,32 para 1,90 DHD), mas mais significativo ou apenas verificado nas formulações com dosagem mais baixa. A mediana dos resultados do indicador “proporção de idosos sem prescrição de sedativos, ansiolíticos e hipnóticos” em 2015 foi de 81,0, tendo em 2020 aumentado para 84,9. A mediana do indicador “proporção de utentes sem prescrição prolongada de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos” em 2019 foi de 93,6 e aumentou para 94,3 em 2020.
Conclusão: Globalmente, verificou-se uma redução da dispensa de benzodiazepinas prescritas na Região de Lisboa e Vale do Tejo. Parece existir uma alteração do padrão de prescrição no tratamento da insónia. São necessários estudos mais robustos para confirmar esta observação.

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Publicado

2023-04-03

Como Citar

1.
Gomes S, Broeiro-Gonçalves P, Meireles C, Caldeira D, Costa J, Guerreiro MP, Ribeiro N, Afonso R. Prescrição de Benzodiazepinas e outros Sedativos na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo de 2013 a 2020: Um Estudo Retrospetivo. Acta Med Port [Internet]. 3 de Abril de 2023 [citado 23 de Novembro de 2024];36(4):264-7. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/18680

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