Prevalência e Fatores Preditivos do Aleitamento Materno Exclusivo nos Primeiros Seis Meses de Vida

Autores

  • Joana Branco Neonatal Intensive Care Unit. Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca. Amadora. https://orcid.org/0000-0003-4501-6607
  • Ana Rute Manuel Neonatal Intensive Care Unit. Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca. Amadora.
  • Sara Completo Neonatal Intensive Care Unit. Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca. Amadora.
  • Joana Marques Neonatal Intensive Care Unit. Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca. Amadora.
  • Rita Rodrigues Antão Neonatology Unit. Hospital de Cascais Doutor José Almeida. Cascais.
  • Cristina Pinto Gago Neonatology Unit. Hospital de Cascais Doutor José Almeida. Cascais.
  • Elsa Paulino Neonatology Unit. Hospital de Cascais Doutor José Almeida. Cascais.
  • Olga Voutsen Neonatal Intensive Care Unit. Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca. Amadora.
  • Rosalina Barroso Neonatal Intensive Care Unit. Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca. Amadora.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.18692

Palavras-chave:

Aleitamento Materno, Lactentes, Mães, Portugal

Resumo

Introdução: O aleitamento materno exclusivo (AME) é recomendado até aos seis meses de idade. A iniciativa Hospital Amigo dos Bebés (HAB) é um programa internacional de promoção do aleitamento materno lançado em Portugal em 1994. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência e quais os fatores que influenciam o aleitamento materno nos primeiros seis meses de vida e comparar os resultados obtidos com um estudo decorrido na mesma área metropolitana em 1999.
Material e Métodos: Foi desenvolvido um estudo prospetivo, observacional e longitudinal em dois hospitais da área metropolitana de Lisboa, um HAB e outro não-HAB. Consistiu em três questionários diferentes preenchidos pelas mães aos zero, três e seis meses de idade. O primeiro questionário foi aplicado entre fevereiro e junho de 2019.
Resultados: Foram incluídos 423 recém-nascidos, 324 do HAB e 99 do não-HAB. A taxa de aleitamento materno foi 94,3% à alta da maternidade, 78,2% aos três meses e 64,4% aos seis meses, enquanto a de AME foi 74,2%, 51,8% e 25,6% respetivamente. Todas as lactantes em AME aos seis meses amamentavam em regime de horário livre, à exceção de uma. O abandono do AME esteve associado ao atraso do contacto pele-a-pele, admissão na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, uso de chupeta e mamilos de silicone, regresso antecipado das mães ao trabalho e nível educacional materno mais baixo. Contrariamente, os fatores que promoveram o AME foram idade gestacional superior, adequado peso ao nascimento, início do AM na primeira hora de vida, prática de rooming-in, internamento hospitalar mais curto e ausência de doença neonatal. Em comparação com o estudo de 1999, apesar de uma melhoria significativa da taxa de AM aos três e seis meses, a prevalência de AME foi semelhante aos seis meses (23%). Ambos os estudos identificaram como fatores que contribuem para o abandono do aleitamento materno o menor nível educacional materno e o regresso antecipado da mãe ao trabalho.
Conclusão: Os nossos resultados confirmam as causas de abandono do aleitamento materno reportadas anteriormente e realçam a importância de fatores socioculturais. Em comparação com 1999, a taxa de aleitamento aos três e seis meses aumentou sginificativamente em Portugal. Contudo, é necessária maior otimização para atingir o objetivo proposto pela Organização Mundial de Saúde.

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Publicado

2023-03-22

Como Citar

1.
Branco J, Manuel AR, Completo S, Marques J, Rodrigues Antão R, Pinto Gago C, Paulino E, Voutsen O, Barroso R. Prevalência e Fatores Preditivos do Aleitamento Materno Exclusivo nos Primeiros Seis Meses de Vida. Acta Med Port [Internet]. 22 de Março de 2023 [citado 23 de Dezembro de 2024];36(6):416-23. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/18692

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