Cirurgia de Epilepsia Ressectiva e Respetivos Diagnósticos Histopatológicos: Estudo de Coorte Retrospectivo

Autores

  • Joana Jesus-Ribeiro Neurology Department. Centro Hospitalar de Leiria. Leiria. Coimbra Institute for Clinical and Biomedical Research. Faculty of Medicine. University of Coimbra. Coimbra. Centre of Investigation on Environment Genetics and Oncobiology. Faculty of Medicine. University of Coimbra. Coimbra.
  • Olinda Rebelo Neuropathology Laboratory. Neurology Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Conceição Bento Epilepsy and Sleep Monitoring Unit. Neurology Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. European Reference Networks EpiCARE. Coimbra.
  • Cristina Pereira European Reference Networks EpiCARE. Coimbra. Pediatric Neurology of Child Development Center. Pediatric Hospital. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Faculty of Medicine. University of Coimbra. Coimbra.
  • Conceição Robalo European Reference Networks EpiCARE. Coimbra. Pediatric Neurology of Child Development Center. Pediatric Hospital. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Manuel Rito Neurosurgery Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Ricardo Pereira European Reference Networks EpiCARE. Coimbra. Neurosurgery Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • José Augusto Costa European Reference Networks EpiCARE. Coimbra. Neurosurgery Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Joana Barbosa Melo Coimbra Institute for Clinical and Biomedical Research. Faculty of Medicine. University of Coimbra. Coimbra. Centre of Investigation on Environment Genetics and Oncobiology. Faculty of Medicine. University of Coimbra. Coimbra. Laboratory of Cytogenetics and Genomics. Faculty of Medicine. University of Coimbra. Coimbra.
  • António Freire Faculty of Medicine. University of Coimbra. Coimbra. Neurology Department. Coimbra Luz Hospital. Coimbra.
  • Isabel Santana Faculty of Medicine. University of Coimbra. Coimbra. Neurology Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Francisco Sales Epilepsy and Sleep Monitoring Unit. Neurology Department. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. European Reference Networks EpiCARE. Coimbra.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.18712

Palavras-chave:

Epilepsia/cirurgia, Epilepsia/patologia, Procedimentos Neurocirúrgicos

Resumo

Introdução: Nas últimas décadas, a cirurgia ressectiva demonstrou ser uma opção valiosa no tratamento da epilepsia farmacorresistente. A classificação histopatológica foi de grande importância na orientação do doente. Os objetivos deste estudo foram caracterizar a nossa série de cirurgia de epilepsia ressectiva incluindo os diagnósticos histopatológicos, e compreender as diferenças na prática clínica entre dois períodos diferentes do programa de cirurgia da epilepsia.
Material e Métodos: Realizou-se um estudo de coorte retrospetivo, incluindo doentes com epilepsia farmacorresistente submetidos a cirurgia ressectiva entre 1997 e 2021 no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Os diagnósticos histopatológicos foram classificados em sete categorias. Para análise comparativa, a coorte foi dividida em dois períodos consecutivos de 12 anos.
Resultados: Um total de 259 doentes foram incluídos, sendo 228 (88%) adultos aquando da cirurgia. A mediana da duração da doença antes da cirurgia foi de 14 (amplitude interquartil 23) anos. Cinquenta e cinco (21%) doentes realizaram investigação invasiva pré-cirúrgica. O lobo temporal foi a região mais frequentemente operada (73%). Complicações pós-cirúrgicas major e minor foram identificadas em 21 (8%) doentes. Uma redução no número de antiepiléticos foi observada em 96 (37%) doentes após a cirurgia. O diagnóstico histopatológico mais comum foi a esclerose do hipocampo, mas nas crianças foi o tumor associado a epilepsia de longa duração. Tumores associados a epilepsia de longa duração, esclerose do hipocampo e malformações vasculares tiveram os melhores resultados pós-operatórios. Malformações do desenvolvimento cortical e cicatrizes gliais tiveram os piores resultados. Relativamente às diferenças entre os dois períodos, o número absoluto de doentes operados aumentou (119 versus 140), e a idade aquando da cirurgia foi maior no segundo período (p = 0,04). O número de malformações do desenvolvimento cortical aumentou (p = 0,01), mas o número de outros tumores (p = 0,01) e amostras sem lesão (p = 0,03) diminuiu no mesmo período.
Conclusão: Este estudo está de acordo com a literatura atual, reforçando o conhecimento prévio sobre as etiologias estruturais, prática clínica e resultados cirúrgicos ao longo de mais de duas décadas de experiência. Os dados analisados fornecem expectativas realistas sobre a cirurgia de epilepsia e destacam a necessidade de melhorias no paradigma de diagnóstico e tratamento destes doentes.

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Publicado

2022-09-15

Como Citar

1.
Jesus-Ribeiro J, Rebelo O, Bento C, Pereira C, Robalo C, Rito M, Pereira R, Costa JA, Barbosa Melo J, Freire A, Santana I, Sales F. Cirurgia de Epilepsia Ressectiva e Respetivos Diagnósticos Histopatológicos: Estudo de Coorte Retrospectivo. Acta Med Port [Internet]. 15 de Setembro de 2022 [citado 30 de Junho de 2024];36(4):229-35. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/18712

Edição

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