Contraceção Reversível de Longa Duração na Adolescência: A Realidade de um Hospital Pediátrico Terciário em Portugal

Autores

  • Beatriz Ferro * Co-primeira-autora. Serviço de Ginecologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra; Clínica Universitária de Ginecologia. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal. https://orcid.org/0000-0001-5174-127X
  • Mafalda Simões * Co-primeira-autora. Serviço de Ginecologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. https://orcid.org/0000-0003-0938-4445
  • Bárbara Gomes Serviço de Ginecologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Ângela Rodrigues Serviço de Ginecologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. https://orcid.org/0000-0001-6239-0022
  • Fernanda Geraldes Serviço de Ginecologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.
  • Fernanda Águas Serviço de Ginecologia. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.18753

Palavras-chave:

Adolescente, Contracepção, Contracepção Reversível de Longo Prazo

Resumo

Introdução: A contraceção na adolescência tem um papel fundamental na sociedade por prevenir gravidezes indesejadas e infeções sexualmente transmissíveis. O uso de métodos contracetivos reversíveis de longa duração (LARCs) tem vindo a ser recomendado pela sua eficácia e perfil de segurança nesta faixa etária. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização de LARCs na população de uma consulta de Ginecologia da Infância e Adolescência e descrever as características sociodemográficas das adolescentes assim como a prática contracetiva prévia.
Material e Métodos: Análise retrospetiva que incluiu as adolescentes utilizadoras de LARCs, acompanhadas na consulta de Ginecologia da Infância e Adolescência de um hospital pediátrico terciário português, no período entre junho de 2012 e junho de 2021.
Resultados: Foram incluídas 122 adolescentes, cuja mediana de idades foi 16 (11 – 18) anos. Destas, 62,3% (n = 76) eram sexualmente ativas. O método preferencial foi o implante subcutâneo, colocado em 82,3% (n = 101), seguido do sistema intrauterino de Levonorgestrel (SIU-LNG) em 16,4% (n = 20) e o dispositivo intrauterino de cobre em 1,3% (n = 1). As principais indicações para a escolha de LARCs foram desejo contracetivo em 90,2% (n = 110), hemorragia uterina anormal da puberdade em 14,8% (n = 18), dismenorreia em 10,7% (n = 13) e necessidade de amenorreia em 0,8% (n = 1). O tempo mediano de utilização do implante foi 20 (1 – 48) meses e do SIU-LNG 20 (1 – 36) meses. A taxa de continuidade aos 12 meses para ambos foi de 76,2% (n = 93). A taxa de remoção antes do tempo padronizado foi de 9,8% (n = 12) nas adolescentes que colocaram implante, sendo que não foram removidos SIU-LNG ou dispositivo intrauterino de cobre. Não se registaram gravidezes após a colocação de LARCs.
Conclusão: O desejo contracetivo foi o primeiro motivo para a escolha de um LARC seguido do controlo da hemorragia uterina anormal e da dismenorreia. Todos estes fatores poderão contribuir para a elevada taxa de satisfação e continuidade destes métodos.

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Publicado

2023-03-03

Como Citar

1.
Ferro B, Simões M, Gomes B, Rodrigues Ângela, Geraldes F, Águas F. Contraceção Reversível de Longa Duração na Adolescência: A Realidade de um Hospital Pediátrico Terciário em Portugal. Acta Med Port [Internet]. 3 de Março de 2023 [citado 22 de Novembro de 2024];36(6):394-400. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/18753

Edição

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