Esferocitose Hereditária e Gravidez: A Propósito de um Caso Clínico

Autores

  • Andreia Miguel Serviço de Medicina Materno-Fetal. Maternidade Dr. Alfredo da Costa. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. Lisboa.
  • Maria José Alves Serviço de Medicina Materno-Fetal. Maternidade Dr. Alfredo da Costa. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. Lisboa.
  • Ana Catarina Massa Serviço de Medicina Materno-Fetal. Maternidade Dr. Alfredo da Costa. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.18871

Palavras-chave:

Anemia Hemolítica/etiologia, Complicações na Gravidez, Esferocitose Hereditária/complicações, Hipertensão Portal/complicações

Resumo

A esferocitose hereditária (EH), embora rara, constitui a principal causa de anemia hemolítica hereditária, tendo uma apresentação clínica muito diversa. Raros casos de grávidas com EH estão publicados, tendo um impacto incerto nos desfechos maternos e fetais. Os relatos de gestações complicadas por EH e de complicações trombóticas ou hipertensão portal são particularmente escassos. Apresentamos o caso de uma grávida esplenectomizada, com EH e hipertensão portal não cirrótica. A utente apresentava polimorfismos da metiltetrahidrofolato redutase e fator inibidor do ativador do plasminogénio, mutações com impacto controverso no risco trombótico. Durante a gestação não ocorreu deterioração hemodinâmica ou hepática, diagnosticando-se restrição de crescimento fetal tardia que não condicionou término precoce da gravidez. Cinco semanas após o parto, surgiu um quadro de dor abdominal, tendo-se diagnosticado trombose de veia mesentérica. Descrevemos a nossa experiência de vigilância da gravidez, parto e puerpério de uma mulher com EH grave, com destaque para potenciais complicações associadas à EH.

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Publicado

2023-02-08

Como Citar

1.
Miguel A, Alves MJ, Massa AC. Esferocitose Hereditária e Gravidez: A Propósito de um Caso Clínico. Acta Med Port [Internet]. 8 de Fevereiro de 2023 [citado 22 de Novembro de 2024];36(6):424-7. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/18871

Edição

Secção

Caso Clínico