Hipovitaminose D em Doentes Internados num Serviço de Medicina Interna

Autores

  • Tânia Santiago Serviço de Medicina. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Marta Rebelo Serviço de Medicina. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • João Porto Serviço de Medicina. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Nuno Silva Serviço de Medicina. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • José Vieira Serviço de Medicina. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • J M Nascimento Costa Serviço de Medicina. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.19

Resumo

Introdução: A hipovitaminose D (hipoD) é uma carência vitamínica cada vez mais frequente nos países desenvolvidos, devido não só a erros alimentares, mas também à pouca exposição solar e ao sedentarismo.

Objectivo: Determinar a prevalência de hipoD em doentes internados num Serviço de Medicina Interna e identificar possíveis variáveis associadas.

Método: Estudo transversal e observacional onde foram incluídos 123 doentes internados, no período de Abril e Maio. Foram determinados os níveis séricos de vitamina D [25-hidroxivitamina D, 25(OH)D] e subdividida a amostra em três grupos com base nos níveis da 25(OH)D: hipoD grave (<10 ng/mL); hipoD moderada (>10 ng/mL e <20 ng/mL) e um terceiro grupo com níveis adequados de 25(OH) D (>20 ng/mL). Foram registadas variáveis demográficas e factores potencialmente relacionados com a deficiência de vitamina D.

Resultados: Nesta amostra de doentes (52,0% mulheres) a média das idades foi 71±17 anos; 67,5% dos indivíduos apresentavam hipoD grave; 25,2% hipoD moderada e 7,3% níveis normais de vitamina D. Os doentes do grupo com hipoD grave eram mais idosos (p=0,027). O mesmo grupo apresentava um maior número de doentes acamados (p=0,022), índices funcionais mais elevados (p=0,009) e maior percentagem de indivíduos com IRC (p=0,011). A análise multivariada com aplicação de modelo de regressão logística revelou que as variáveis associadas a uma probabilidade aumentada de desenvolver hipoD grave foram: consumo de diuréticos (furosemida) [OR=3,673 (1,232-10,956) p=0,020] e a albumina ≤3,25 [OR=5,617 (2,257-13,981) p<0,001].

Conclusão: A elevada prevalência de hipoD grave (67,5%) neste grupo de doentes, alerta para a necessidade da determinação e monitorização das concentrações plasmáticas de 25(OH)D, de modo a iniciar tratamento precoce nos doentes com níveis insuficientes. Os doentes que apresentam consumo de furosemida e a hipoalbuminemia têm uma probabilidade aumentada de desenvolver hipoD grave. O tratamento desta hipovitaminose justifica-se não só pelo conhecimento das consequências clínicas relacionadas com a perda de massa óssea, mas também pela sua associação com a hipoalbuminemia que é um marcador de risco de mau prognóstico em doentes internados.

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Como Citar

1.
Santiago T, Rebelo M, Porto J, Silva N, Vieira J, Nascimento Costa JM. Hipovitaminose D em Doentes Internados num Serviço de Medicina Interna. Acta Med Port [Internet]. 25 de Junho de 2012 [citado 23 de Novembro de 2024];25(2):68-76. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/19

Edição

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