Trauma Associado às Touradas à Corda nos Açores: Um Estudo Transversal

Autores

  • Bárbara Vieira Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Viorel Taranu Serviço de Cirurgia Geral. Hospital Lusíadas Amadora. Lisboa.
  • Ana Vieira Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Duarte Soares Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Ana Soares Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Anaísa Silva Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Diogo Galvão Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Inês Bagnari Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Débora Melo Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Fernando Pimentel Serviço de Ortopedia e Traumatologia. Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • José Sousa Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Lisandra Martins Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Luís Pinheiro Serviço de Ortopedia e Traumatologia. Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Marília Vargas Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Óscar Reis Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Sofia Valente Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Rui Bettencourt Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • Teresa Oliveira Serviço de Ortopedia e Traumatologia. Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira. Angra do Heroísmo.
  • António Mora Serviço de Cirurgia Geral. Hospital de Santo Espírito da ilha Terceira. Angra do Heroísmo.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.19440

Palavras-chave:

Feridas e Lesões, Ferimentos não Penetrantes, Índice de Gravidade de Doença, Trauma Múltiplo

Resumo

Introdução: O objetivo deste estudo foi caracterizar as lesões traumáticas tauromáquicas ocorridas nas touradas à corda nos Açores no que diz respeito à causa do incidente, mecanismo de trauma, área anatómica mais afetada e gravidade das lesões.
Métodos: Estudo unicêntrico, transversal, com a colheita prospetiva de dados realizada durante dois anos. Foram incluídos os doentes que consecutivamente recorreram ao serviço de urgência do hospital local por lesões traumáticas ocorridas por trauma direto com o animal ou quedas aquando da fuga ou manuseio da corda. Foram colhidos dados demográficos gerais, características da lesão, tratamentos efetuados, necessidade de internamento hospitalar e mortalidade. Foi realizada uma análise estatística descritiva com recurso ao software estatístico SPSS.
Resultados: Registaram-se 56 admissões hospitalares e 80 lesões traumáticas. A principal causa de traumatismo foi o trauma direto com o animal (37; 66,07%) e o mecanismo de lesão foi o trauma fechado (56; 100%). As áreas anatómicas mais afetadas foram a cabeça e pescoço (27; 33,75%). A mediana de Injury Severity Score foi de 4 à admissão hospitalar. Cinco doentes (8,92%) apresentaram trauma major. Dez doentes (17,85%) necessitaram de internamento hospitalar com uma mediana de dias de internamento de sete (IIQ 4,5 dias). Três (30%) dos doentes internados necessitaram de internamento em unidade de cuidados intensivos. Seis doentes (10,71%) foram submetidos a cirurgia.
Conclusão: A principal causa de traumatismo foi o trauma direto com o animal e o mecanismo de lesão foi o trauma fechado. As áreas anatómicas mais afetadas foram a cabeça e pescoço. Estes dados constituem um alerta para o impacto destes eventos no que diz respeito aos custos económicos que acarretam, aos custos para a saúde da população local, às medidas de segurança atualmente implementadas e à disponibilidade dos meios necessários para tratar estes doentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Nagarajan S, Jena NN, Davey K, Douglas K, Smith J, Blanchard J. Patients presenting with bull-related injuries to a southern indian emergency department. West J Emerg Med. 2020;21:291-4. DOI: https://doi.org/10.5811/westjem.2020.5.47212

Reguera-Teba A, Martínez-Casas I, Torné-Poyatos P, Hernández-Cortés P. Eight-year analysis of bullfighting injuries in Spain, Portugal and southern France. Sci Rep. 2021;11:16006. DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-021-94524-7

Rudloff U, Gonzalez V, Fernandez E, Holguin E, Rubio G, Lomelin J, et al. Chirurgica taurina: a 10-year experience of bullfight injuries. J Trauma. 2006;61:970-4.

Durão C, Ramos J. Flagrante de uma fratura da clavícula por acidente. Acta Med Port. 2016;29:758-60. DOI: https://doi.org/10.20344/amp.8320

Başbuğ HZ, Göçer H, Günerhan Y, Özışık K. An isolated femoral vein injury caused by bull horn. EJCM. 2018;6:27-31. DOI: https://doi.org/10.15511/ejcm.18.00127

Navas-Mosqueda Á, Valera-Calero JA, Varol U, Klich S, Navarro-Santana MJ, Fernández-de-Las-Peñas C, et al. The prevalence of shoulder disorders among professional bullfighters: a cross-sectional ultrasonography study. Tomography. 2022;8:1726-34. DOI: https://doi.org/10.3390/tomography8040145

Crespo Escudero JL, Arena Búa J, Luaces Rey R, García-Rozado A, Rey Biel J, López-Cedrún JL, et al. Herida por asta de toro en el área maxilofacial: revisión de la literatura y presentación de un caso. Rev Esp Cir Oral Maxilofac. 2008:30:353-62. DOI: https://doi.org/10.4321/S1130-05582008000500007

Priyadarshi V, Gupta D, Pal DK. Lower genitourinary tract trauma caused by cow horn injury. JOGI. 2016;66:578-82. DOI: https://doi.org/10.1007/s13224-015-0748-z

Hariharan U, Arora R, Kumar Nishad A, Sood R. Horn injury to chest – management and review of literature. JACCOA. 2017;8:00305. DOI: https://doi.org/10.15406/jaccoa.2017.08.00305

Singh KD, Singh V, Gupta P, Mani R. A rare case of bullhorn-injury associated traumatic hernia of anterior abdominal wall managed by laparoscopic sutured tissue-only repair. J Postgrad Med. 2018;64:56-8. DOI: https://doi.org/10.4103/jpgm.JPGM_14_17

Association for the Advancement of Automotive Medicine. Abbreviated Injury Scale (AIS) - Overview. 2019. [cited 2019 Aug 7]. Available from: https://www.aaam.org/abbreviated-injury-scale-ais/.

Baker SP, O’Neill B. The injury severity score: an update. J Trauma. 1976;16:882-5. DOI: https://doi.org/10.1097/00005373-197611000-00006

Kortbeek JB, Al Turki SA, Ali J, Antoine JA, Bouillon B, Brasel K, et al. Advanced trauma life support. 8th ed. The evidence for change. J Trauma. 2008;64:1638-50. DOI: https://doi.org/10.1097/TA.0b013e3181744b03

Dindo D, Demartines N, Clavien PA. Classification of surgical complications: a new proposal with evaluation in a cohort of 6336 patients and results of a survey. Ann Surg. 2004;240:205-13. DOI: https://doi.org/10.1097/01.sla.0000133083.54934.ae

Poole GV, Tinsley M, Tsao AK, Thomae KR, Martin RW, Hauser CJ. Abbreviated Injury Scale does not reflect the added morbidity of multiple lower extremity fractures. J Trauma. 1996;40:951-4. DOI: https://doi.org/10.1097/00005373-199606000-00014

Foreman BP, Caesar RR, Parks J, Madden C, Gentilello LM, Shafi S, et al. Usefulness of the abbreviated injury score and the injury severity score in comparison to the Glasgow Coma Scale in predicting outcome after traumatic brain injury. J Trauma. 2007;62:946-50. DOI: https://doi.org/10.1097/01.ta.0000229796.14717.3a

Nogueira Sousa A, Paiva J, Fonseca S, Raposo FJ, Loureiro AM, Valente LF, et al. Trauma scores na avaliação de politraumatizados. Quais e para quê? Acta Med Port. 2011:24:943-50. DOI: https://doi.org/10.20344/amp.1421

Downloads

Publicado

2024-03-07

Como Citar

1.
Vieira B, Taranu V, Vieira A, Soares D, Soares A, Silva A, Galvão D, Bagnari I, Melo D, Pimentel F, Sousa J, Martins L, Pinheiro L, Vargas M, Reis Óscar, Valente S, Bettencourt R, Oliveira T, Mora A. Trauma Associado às Touradas à Corda nos Açores: Um Estudo Transversal . Acta Med Port [Internet]. 7 de Março de 2024 [citado 21 de Novembro de 2024];37(4):267-73. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/19440

Edição

Vol. 37 N.º 4 (2024): Abril

Secção

Original

Licença

Direitos de Autor (c) 2024 Acta Médica Portuguesa

Creative Commons License

Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.

Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.

É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.

Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons

Crossref
Scopus
Google Scholar
Europe PMC