Leishmaniose Cutânea Complicada num Doente sob Imunossupressão Combinada
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.19446Palavras-chave:
Doenças Negligenciadas, Leishmaniose Cutânea, Terapia de ImunossupressãoResumo
Espécies associadas à leishmaniose visceral, como L. infantum, podem ser responsáveis por leishmaniose cutânea (LC), particularmente no Mediterrâneo. Nos doentes imunodeprimidos, a classificação como LC complicada é essencial, pois o risco de leishmaniose mucosa obriga ao tratamento sistémico. Homem de 47 anos, residente em Portugal, com doença de Fabry e imunodeprimido com adalimumab e metotrexato por doença de Crohn. Sem viagens fora da Europa. Apresentava placa de 5,5 cm de bordos bem definidos, elevados, hiperqueratóticos, com ulceração central indolor há dois anos na região dorsal. A biópsia revelou parasitas em macrófagos sugestivos de Leishmania. L. infantum foi identificada por PCR. A endoscopia nasal com biópsia excluiu atingimento da mucosa. A classificação como LC complicada ditou tratamento com anfotericina B lipossómica e subsequente paramomicina tópica. A raridade da LC em Portugal pode atrasar o diagnóstico, especialmente em infeções autóctones. A escolha terapêutica é complicada pela heterogeneidade mundial nos fármacos disponíveis. Com o aumento na prevalência global da LC, é imperativo estar sensibilizado para este diagnóstico.
Downloads
Referências
Aronson NH, Libman M, Pearson R, Lopez-Velez R, Weina P, Carvalho EM, et al. Diagnosis and treatment of leishmaniasis: clinical practice guidelines by the Infectious Diseases Society of America (IDSA) and the American Society of Tropical Medicine and Hygiene (ASTMH). Clin Infect Dis. 2016;63:e202. DOI: https://doi.org/10.1093/cid/ciw670
Aronson N. Cutaneous leishmaniasis: epidemiology and control. [cited 2022 Nov 30]. Available from: https://www.uptodate.com/contents/cutaneousleishmaniasis-epidemiology-and-control.
Campino L, Abranches P. Cutaneous leishmaniasis. Unusual disease in Portugal? Acta Med Port. 2002;15:387-90.
van Griensven J, Carrillo E, López-Vélez R, Lynen L, Moreno J. Leishmaniasis in immunosuppressed individuals. Clin Microbiol Infect. 2014;20:286. DOI: https://doi.org/10.1111/1469-0691.12556
Aronson N. Cutaneous leishmaniasis: clinical manifestations and diagnosis. [cited 2022 Nov 30]. Available from: https://www.uptodate.com/contents/cutaneous-leishmaniasis-clinical-manifestations-and-diagnosis.
Aronson N. Cutaneous leishmaniasis: treatment. [cited 2022 Nov 30]. Available from: https://www.uptodate.com/contents/cutaneous-leishmaniasistreatment.
Solomon M, Sahar N, Pavlotzky F, Barzilai A, Jaffe CL, Nasereddin A, et al. Mucosal leishmaniasis in travelers with leishmania braziliensis complex returning to Israel. Emerg Infect Dis. 2019;25:642. DOI: https://doi.org/10.3201/eid2504.180239
Heras-Mosteiro J, Monge-Maillo B, Pinart M, Lopez Pereira P, Reveiz L, Garcia-Carrasco E, et al. Interventions for old world cutaneous leishmaniasis. Cochrane Database Syst Rev. 2017;12:CD005067. DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD005067.pub5
Mendonça MG, de Brito M, Rodrigues EH, Bandeira V, Jardim ML, Abath FG. Persistence of leishmania parasites in scars after clinical cure of American cutaneous leishmaniasis: is there a sterile cure? J Infect Dis. 2004;189:1018. DOI: https://doi.org/10.1086/382135
Guery R, Benoit H, Martin-Blondel G, Rouzaud C, Cordoliani F, Harms G, et al. Liposomal amphotericin B in travelers with cutaneous and mucocutaneous leishmaniasis: not a panacea. PLoS Negl Trop Dis. 2017;11:e0006094. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006094
Hellier I, Dereure O, Tournillac I, Pratlong F, Guillot B, Dedet JP, et al. Treatment of old world cutaneous leishmaniasis by pentamidine isethionate. An open study of 11 patients. Dermatology. 2000;200:120-3. DOI: https://doi.org/10.1159/000018343
Dorlo TP, van Thiel P, Schoone GJ, Stienstra Y, van Vugt M, Beijnen JH, et al. Dynamics of parasite clearance in cutaneous leishmaniasis patients treated with miltefosine. PLoS Negl Trop Dis. 2011;5:e1436. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0001436
Paniz Mondolfi AE, Stavropoulos C, Gelanew T, Loucas E, Perez Alvarez AM, Benaim G, et al. Successful treatment of old world cutaneous leishmaniasis caused by Leishmania infantum with posaconazole. Antimicrob Agents Chemother. 2011;55:1774. DOI: https://doi.org/10.1128/AAC.01498-10
Kim DH, Chung HJ, Bleys J, Ghohestani RF. Is paromomycin an effective and safe treatment against cutaneous leishmaniasis? A meta-analysis of 14 randomized controlled trials. PLoS Negl Trop Dis. 2009;3:e381. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0000381
Brito NC, Rabello A, Cota GF. Efficacy of pentavalent antimoniate intralesional infiltration therapy for cutaneous leishmaniasis: a systematic review. PLoS One. 2017;12:e0184777. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0184777
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Acta Médica Portuguesa
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons