Análise Mensal da Taxa de Mortalidade Infantil em Portugal durante a Pandemia de COVID-19: Perceções a partir da Monitorização Contínua
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.19642Palavras-chave:
COVID-19, Mortalidade Infantil, Pandemia, Portugal, Recém-NascidoResumo
Introdução: A pandemia da COVID-19 teve um impacto significativo na saúde pública mundial. A taxa de mortalidade infantil (TMI), uma estatística vital e indicador-chave da saúde geral de uma população, é essencial para o desenvolvimento de programas de prevenção eficazes no sector da saúde.
Evidências existentes indicam uma diminuição da TMI durante a pandemia da COVID-19. Realizou-se uma análise a nível nacional para calcular a TMI e descrever a sua evolução ao longo dos anos (de 2016 até 2022) usando uma análise mês a mês.
Métodos: Os dados sobre o número de óbitos com menos de um ano de idade foram obtidos do Sistema de Certificação Eletrónica de Óbitos (SICO) e os dados sobre o número de nascimentos mensais foram obtidos a partir do Instituto Nacional de Estatística. A taxa de mortalidade infantil (TMI) foi calculada por mês, considerando o número acumulado de óbitos com menos de um ano de idade e o número de nascidos vivos nos 12 meses anteriores.
Resultados: Em Portugal, a TMI diminuiu antes e durante a pandemia da COVID-19. Os valores mais baixos foram observados em setembro e outubro de 2021 (2,15 e 2,14 por 1000 nascimentos vivos, respetivamente). A TMI permaneceu abaixo do limiar de três mortes por 1000 nascimentos vivos durante o período crítico da pandemia.
Conclusão: Portugal alcançou um progresso notável na redução da sua TMI ao longo dos últimos 60 anos. O país registou os valores mais baixos de sempre da TMI durante a pandemia da COVID-19. Estudos adicionais são necessários para compreender completamente as tendências observadas.
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