Avaliação da Produção Científica na Área da Medicina Geral e Familiar em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.19750Palavras-chave:
Bibliometria, Medicina Geral e Familiar, Portugal, Publicação/estatística e dados numéricosResumo
Introdução: As publicações portuguesas da área de Medicina Geral e Familiar ainda não foram alvo de estudos bibliométricos. Pretendeu-se analisar tal produção no período entre 2012 e 2022.
Métodos: Usou-se a Web of Science Core Collection para obter o número de artigos, as revistas de publicação e as respetivas citações; o Journal Citation Reports para obter o Fator de Impacto e o quartil das revistas; e o Scimago Journal & Country Rank para a comparação de dados com outros países europeus. Utilizou-se a equação de pesquisa “usf OR unidade de Saude Familiar OR centro de Saude OR ACeS OR medicina geral familiar OR Gen Practice Family SAME Portugal”, e selecionaram-se os resultados obtidos no período entre 2012 e 2022. Os indicadores quantitativos selecionados foram o total de publicações, tipologia, idioma, afiliação, coautorias, distribuição geográfica, áreas temáticas e o número de publicações/habitante e de publicações/médico em países europeus. Como indicadores qualitativos escolheu-se o Fator de Impacto (FI), o quartil das revistas e o número de citações.
Resultados: Entre 2012 e 2022, a produção científica nacional teve uma taxa de crescimento médio anual de 36,6%. Em 389 publicações, 73,8% foram de ‘Article’ e 11,8% de ‘Review Article’, predominando a publicação em língua inglesa (88,4%). As revistas com maior publicação pertencem às áreas ‘General Internal Medicine’ (24,7%) e ‘Public Environmental Health’ (14,9%). As 389 publicações tiveram 5354 citações, com uma média de 13,76 citações por artigo e a taxa de crescimento médio anual de citações foi de 115%. Em função do FI, das 222 revistas, 22,5% pertenciam ao Q4, 27,5% ao Q3, 29,7% ao Q2 e 20,3% ao Q1, não se observando por isso nenhum viés assinalável relativamente às revistas onde os médicos portugueses publicam.
Conclusão: A análise bibliométrica permitiu avaliar a evolução e o estado da produção científica da área da Medicina Geral e Familiar por investigadores portugueses, observando-se uma tendência de publicação crescente, e com forte potencial de crescimento.
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