Avaliação da Implementação do Regulamento Sanitário Internacional durante a Pandemia de COVID-19: O Caso Português

Autores

  • Guilherme Queiroz National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga. Administração Regional de Saúde do Centro. Coimbra.
  • Joana Maia National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa. 
  • Filipa Gomes National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde de Loures-Odivelas. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa.
  • José Chen-Xu National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego. Administração Regional de Saúde do Centro. Coimbra. 
  • Joana China National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida. Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa.
  • Sofia Carmezim Pereira National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde Amadora. Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa. 
  • Patrícia Pita Ferreira National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte. Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa.
  • José Ramalho National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde Lisboa Ocidental e Oeiras. Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa.
  • Joana Roque National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul. Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa.
  • José Pedro Teixeira National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde Sintra. Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa.
  • Constança Carvalho National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano. Administração Regional de Saúde do Alentejo. Alentejo.
  • Luís Oliveira National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego. Administração Regional de Saúde do Centro. Coimbra. 
  • Diogo Simões National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde Almada – Seixal. Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa. 
  • João Gomes National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde de Pinhal Interior Norte. Administração Regional de Saúde do Centro. Coimbra.
  • Carla Lopes National School of Public Health. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa; Agrupamento de Centros de Saúde Cascais. Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo. Lisboa.
  • Tiago Correia Global Health and Tropical Medicine (GHTM), Associate Laboratory in Translation and Innovation Towards Global Health, LA-REAL. Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.19887

Palavras-chave:

COVID-19, Pandemias, Política de Saúde, Regulamento Sanitário Internacional, Tomada de Decisão

Resumo

Introdução: O Regulamento Sanitário Internacional (RSI) foi redigido de forma a preparar os países para lidar com emergências de saúde pública. Apesar de a propagação do SARS-CoV-2 ter sublinhado a necessidade de uma coordenação internacional, houve poucas tentativas de avaliar a implementação integrada das capacidades essenciais do RSI em resposta à pandemia de COVID-19. Neste estudo, tivemos como objetivo avaliar se as insuficiências na resposta à pandemia decorreram de lacunas na implementação do RSI ou do regulamento em si, utilizando Portugal como um estudo de caso europeu devido à sua dimensão, organização e histórico de implementação do RSI.
Métodos: Quinze médicos internos de Saúde Pública envolvidos no rastreio de contactos em Portugal continental interpretaram a efetividade de cada capacidade essencial do RSI, analisando documentos públicos e refletindo sobre a sua própria experiência no terreno, classificando cada uma de acordo com o Quadro de Monitorização do RSI. A avaliação da implementação do RSI considerou os esforços realizados antes e depois do início da pandemia, abrangendo o período até julho de 2021.
Resultados: Quatro das nove capacidades essenciais do RSI (vigilância; resposta; comunicação de riscos; e capacidade de recursos humanos) foram classificadas no nível 1, o mais baixo. Apenas duas foram classificadas no nível 3(preparação; e laboratório), o mais elevado. As três restantes (legislação nacional, políticas e financiamento; coordenação e comunicação do ponto focal nacional; e pontos de entrada) foram classificadas como nível 2.
Conclusão: Portugal é um exemplo de como a implementação do RSI não foi totalmente alcançada, resultando num desempenho insuficiente de váriascapacidades essenciais. É necessário melhorar a preparação e a cooperação internacional, a fim de harmonizar e reforçar a resposta global às emergências de saúde pública, com um melhor apoio político, institucional e financeiro.

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Publicado

2023-10-11

Como Citar

1.
Queiroz G, Maia J, Gomes F, Chen-Xu J, China J, Carmezim Pereira S, Pita Ferreira P, Ramalho J, Roque J, Teixeira JP, Carvalho C, Oliveira L, Simões D, Gomes J, Lopes C, Correia T. Avaliação da Implementação do Regulamento Sanitário Internacional durante a Pandemia de COVID-19: O Caso Português. Acta Med Port [Internet]. 11 de Outubro de 2023 [citado 22 de Novembro de 2024];36(12):819-25. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/19887

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