Linfocitose Policlonal Persistente de Células B (LPPB): Uma Entidade que Não É o que Parece

Autores

  • António Figueiredo Serviço de Patologia Clínica. Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca. Amadora.
  • Ana Carolina Freitas Serviço de Hematologia. Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil. Lisboa.
  • Diogo Paulino Serviço de Patologia Clínica. Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil. Lisboa.
  • Carlos Severino Laboratório de Hematologia. Serviço de Patologia Clínica. Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil. Lisboa.
  • Máriam Calú Laboratório de Hematologia. Serviço de Patologia Clínica. Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil. Lisboa.
  • Rui Barreira Laboratório de Hematologia. Serviço de Patologia Clínica. Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.19991

Palavras-chave:

Linfócitos B, Linfocitose, Linfocitose de Células B Policlonal Persistente

Resumo

A linfocitose policlonal persistente de células B é uma doença rara, caracterizada por linfocitose crónica policlonal, que ocorre mais frequentemente em mulheres fumadoras de meia-idade, que se apresentam assintomáticas ou com sintomas inespecíficos. A presença de linfócitos B binucleados é considerada a assinatura citomorfológica desta entidade. A imunofenotipagem comprova a sua origem policlonal, observando-se muitas vezes uma elevação da IgM sérica. É controverso se existe um risco aumentado de desenvolvimento de linfoma. A predisposição genética é também um fator de risco, além do tabagismo. Apesar da sua natureza policlonal, alterações genéticas recorrentes estão descritas. Na linfocitose policlonal persistente de células B a abordagem terapêutica consiste habitualmente numa vigilância regular, o que reforça a importância do seu reconhecimento. Os autores descrevem o caso de uma mulher de 46 anos, fumadora, com linfocitose crónica, IgM elevada e linfócitos binucleados. O diagnóstico diferencial com linfoma assumiu particular importância, considerando os sintomas constitucionais e esplenomegalia que apresentava.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Gordon DS, Jones BM, Browning SW, Spira TJ, Lawrence DN. Persistent polyclonal lymphocytosis of B lymphocytes. N Engl J Med. 1982;307:232-6. DOI: https://doi.org/10.1056/NEJM198207223070407

Online Mendelian Inheritance in Man, OMIM®. Johns Hopkins University, Baltimore, MD. MIM 606445: Date last edited 7/09/2015. [consultado 2023 abr 04]. Disponível em: https://omim.org/.

Cornet E, Lesesve JF, Mossafa H, Sébahoun G, Levy V, Davi F, et al. Long-term follow-up of 111 patients with persistent polyclonal B-cell lymphocytosis with binucleated lymphocytes. Leukemia. 2009;23:419-22. DOI: https://doi.org/10.1038/leu.2008.208

Troussard X, Flandrin G. Chronic B-cell lymphocytosis with binucleated lymphocytes (LWBL): a review of 38 cases. Leuk Lymphoma. 1996;20:275-9. DOI: https://doi.org/10.3109/10428199609051618

Troussard X, Cornet E, Lesesve JF, Kourel C, Mossafa H. Polyclonal B-cell lymphocytosis with binucleated lymphocytes (PPBL). Onco Targets Ther. 2008;1:59-66. DOI: https://doi.org/10.2147/OTT.S4182

Delage R, Jacques L, Massinga-Loembe M, Poulin J, Bilodeau D, Mignault C, et al. Persistent polyclonal B-cell lymphocytosis: further evidence for a genetic disorder associated with B-cell abnormalities. Br J Haematol. 2001;114:666-70. DOI: https://doi.org/10.1046/j.1365-2141.2001.02975.x

Feugier P, De March AK, Lesesve JF, Monhoven N, Dorvaux V, Braun F, et al. Intravascular bone marrow accumulation in persistent polyclonal lymphocytosis: a misleading feature for B-cell neoplasm. Mod Pathol. 2004;17:1087-96. DOI: https://doi.org/10.1038/modpathol.3800156

Mossafa H, Tapia S, Flandrin G, Troussard X. Chromosomal instability and ATR amplification gene in patients with persistent and polyclonal B-cell lymphocytosis (PPBL). Leuk Lymphoma. 2004;45:1401-6. DOI: https://doi.org/10.1080/10428194042000191738

Delage R, Roy J, Jacques L, Bernier V, Delage JM, Darveau A. Multiple bcl-2/ Ig gene rearrangements in persistent polyclonal B-cell lymphocytosis. Br J Haematol. 1997;97:589-95. DOI: https://doi.org/10.1046/j.1365-2141.1997.852725.x

Sun P, Juskevicius R. Histological and immunohistochemical features of the spleen in persistent polyclonal B- cell lymphocytosis closely mimic splenic B-cell lymphoma. Diagn Pathol. 2012;7:107. DOI: https://doi.org/10.1186/1746-1596-7-107

Del Giudice I, Pileri SA, Rossi M, Sabattini E, Campidelli C, Starza ID, et al. Histopathological and molecular features of persistent polyclonal B-cell lymphocytosis (PPBL) with progressive splenomegaly. Br J Haematol. 2009;144:726-31. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1365-2141.2008.07551.x

Downloads

Publicado

2024-03-12

Como Citar

1.
Figueiredo A, Freitas AC, Paulino D, Severino C, Calú M, Barreira R. Linfocitose Policlonal Persistente de Células B (LPPB): Uma Entidade que Não É o que Parece. Acta Med Port [Internet]. 12 de Março de 2024 [citado 30 de Junho de 2024];37(4):286-8. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/19991

Edição

Secção

Caso Clínico