Cirurgia Robótica em Patologia Colorretal: Análise dos Primeiros Três Anos de Atividade num Hospital do Serviço Nacional de Saúde em Portugal

Autores

  • Diogo Carrola Gomes Unidade de Patologia Colorretal. Unidade Local de Saúde S. José. Lisboa.
  • Rodrigo Athayde Nemésio Unidade de Patologia Colorretal. Unidade Local de Saúde S. José. Lisboa.
  • Susana Rodrigues Unidade de Patologia Colorretal. Unidade Local de Saúde S. José. Lisboa.
  • Jorge Penedo Unidade de Patologia Colorretal. Unidade Local de Saúde S. José. Lisboa.
  • Isabel Paixão Unidade de Patologia Colorretal. Unidade Local de Saúde S. José. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.20204

Palavras-chave:

Cirurgia Colorretal, Complicações Intraoperatórias, Complicações Pós-Operatórias, Procedimentos Cirúrgicos Robóticos

Resumo

Introdução: A utilização da cirurgia minimamente invasiva no tratamento da patologia colorretal é hoje cientificamente aceite e o seu uso na prática clí- nica diária tem vindo a aumentar de forma sustentada. Diversos estudos indicam que a abordagem robótica pode trazer vantagens sobre a laparoscopia ‘convencional’, especialmente na cirurgia do reto. Este trabalho descreve e analisa os resultados dos primeiros três anos de cirurgia robótica na Unidade de Patologia Colorretal da Unidade Local de Saúde S. José.
Métodos: Foram definidas as variáveis a analisar e construída uma base de dados prospetiva com os dados referentes aos doentes operados conse- cutivamente por três cirurgiões colorretais, acreditados internacionalmente na utilização do sistema Da Vinci Xi®, entre novembro de 2019 e outubro de 2022. A base de dados foi convertida numa versão anonimizada e foi sobre essa mesma que se procedeu à análise de dados. Foram analisados os dados de todos doentes operados nesse período.
Resultados: Foram incluídos 80 doentes, 47 homens, mediana de idade de 70 anos e de IMC de 26 kg/m2 . O score ASA era II em 53,7% e III em 41,3% dos doentes. Do total, 97,6% apresentavam doença maligna ou potencialmente maligna. Realizaram-se 34 colectomias proximais ao ângulo esplénico, 20 distais e 26 ressecções anteriores do reto. Houve ressecção síncrona de metástases hepáticas em dois casos. Foram analisados os resultados peri-operatórios a curto prazo e histopatológicos: duração (mediana): 300 minutos; perda hemática estimada (mediana): 50 mL; taxa de conversão: 2,5%; dias até retomar trânsito intestinal (mediana): três dias; dias de internamento (mediana): seis dias; taxa de complicações pós-operatórias: 20%, das quais 5% Clavien III e 0% Clavien IV/V; taxa de deiscência anastomótica: 2,5%; taxa de reintervenção: 2,5%; taxa de readmissão pós-alta: 1,3%; gânglios linfáticos ressecados (mediana): 20; taxa de ressecção R0: 100%; taxa de integridade mesorretal: 95,8% completo/quase completo.
Conclusão: Os nossos resultados mostram que a introdução da cirurgia colorretal robótica no nosso centro foi segura e garantiu resultados clínicos a curto prazo e histopatológicos semelhantes ou favoráveis face aos descritos na literatura.

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Publicado

2024-07-01

Como Citar

1.
Carrola Gomes D, Athayde Nemésio R, Rodrigues S, Penedo J, Paixão I. Cirurgia Robótica em Patologia Colorretal: Análise dos Primeiros Três Anos de Atividade num Hospital do Serviço Nacional de Saúde em Portugal . Acta Med Port [Internet]. 1 de Julho de 2024 [citado 22 de Novembro de 2024];37(7-8):535-40. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/20204

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