Prognóstico após Paragem Cardio-Respiratória em Doentes Submetidos a Hipotermia Terapêutica: Factores Clínicos, Electrofisiológicos e Imagiológicos
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.203Resumo
Introdução: A determinação do prognóstico em sobreviventes comatosos de paragem cárdio-respiratória baseia-se em evidência adquirida sobretudo antes do advento da hipotermia terapêutica. O nosso objectivo é avaliar a capacidade preditiva de dados clínicos, electrofisiológicos e imagiológicos após a hipotermia terapêutica. Materiais e Métodos: Análise retrospectiva e consecutiva de doentes que foram tratados com hipotermia durante os anos de 2010 e 2011. Foram obtidos dados relativamente ao exame neurológico, potenciais evocados somatossensitivos e auditivos, electroencefalograma e ressonância magnética crânio-encefálica, nas primeiras 72 horas após o evento. O outcome definido foi a escala Glasgow Outcome Scale dicotomizada em mau prognóstico (pontuações 1 e 2) e bom prognóstico (pontuações 3, 4 e 5). Resultados: Estudados no total 26 doentes. Reflexos pupilares, corneanos e oculocefálicos abolidos, ausência de respostas N20 nos potenciais evocados somatossensitivos, estado de mal mioclónico e um padrão ‘maligno’ na electroencefalografia relacionaram-se com mau prognóstico, sem falsos-positivos (p = 0,05). Dois doentes classificados com bom outcome demonstraram respostas motoras ausentes ou em extensão nas primeiras 72 horas, originando uma taxa de falsos-positivos de 25% para este parâmetro (p = 0,008). Ambos requereram sedação até às 72 horas. A presença de isquémia na ressonância não teve relação significativa com o outcome. Discussão: A abolição dos reflexos pupilares, corneanos e oculocefálicos, a ausência de respostas N20 nos potenciais evocados, estado de mal mioclónico e um padrão electroencefalográfico ‘maligno’ mantêm-se parâmetros de mau prognóstico válidos em doentes submetidos a hipotermia terapêutica. Conclusão: A necessidade de sedação nestes doentes pode diminuir a capacidade prognóstica das respostas motoras.
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