Cirurgia Laparoscópica do Refluxo Gastroesofágico na Criança
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.2071Resumo
Introdução: O refluxo gastroesofágico na criança é frequente e geralmente inócuo. Contudo, perante doença de refluxo gastroesofágico pode impor-se o tratamento cirúrgico, o qual pode ser realizado por via clássica ou laparoscópica. No presente estudo pretende-se avaliar a exequibilidade, eficácia e segurança da cirurgia antirrefluxo (fundoplicatura de Nissen) por via laparoscópica com ênfase no recém-nascido, lactente e primeira infância.
Material e Métodos: Estudaram-se as crianças com refluxo gastroesofágico propostas para cirurgia por via laparoscópica entre janeiro 2006 e dezembro 2012 num Serviço de Cirurgia Pediátrica de um Hospital universitário. Realizou-se uma análise descritiva e comparativa por faixa etária (grupo I: <1 ano, grupo II: 1-3 anos, grupo III: > 3 anos) e presença de comorbilidades. Foram avaliados os seguintes parâmetros: demografia, sintomatologia, comorbilidades, indicações operatórias, perioperatório e evolução pós-operatória. Foi assumido um nível de significância de 5%.
Resultados: Foram propostas 55 crianças, das quais 12 do grupo I, 15 do grupo II e 28 do grupo III. 50,9% apresentavam comorbilidades (21 com doença do sistema nervoso central e sete com atresia esofágica). Em 52 (94,5%) casos, a cirurgia foi exequível exclusivamente por via laparoscópica. A duração do procedimento foi de 167 ± 42 minutos, sem diferenças significativas entre grupos etários, mas superior na doença do sistema nervoso central. Com um seguimento de 35,5 ± 23,9 meses, ocorreram as seguintes complicações: síndrome de gas-bloat, dumping e disfagia em oito casos (15,7%) e hérniaparaesofágica em dois casos (3,9%), sem diferenças significativas entre os grupos; verificou-se recidiva clínica com reoperação em dois casos.
Conclusão: A fundoplicatura de Nissen laparoscópica é um procedimento exequível, eficaz e com baixa morbilidade, inclusive em recém-nascidos, lactentes e na primeira infância.
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