Cirurgia Laparoscópica do Refluxo Gastroesofágico na Criança

Autores

  • Ana Dias Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • Marina Amaral Serviço de Cirurgia Pediátrica. Hospital S. João e Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • Eunice Trindade Unidade de Gastrenterologia Pediátrica. Hospital S. João. Porto. Portugal.
  • Jorge Amil Dias Unidade de Gastrenterologia Pediátrica. Hospital S. João. Porto. Portugal.
  • Miguel Campos Serviço de Cirurgia Pediátrica. Hospital S. João e Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • José Estevão-Costa Serviço de Cirurgia Pediátrica. Hospital S. João e Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.2071

Resumo

Introdução: O refluxo gastroesofágico na criança é frequente e geralmente inócuo. Contudo, perante doença de refluxo gastroesofágico pode impor-se o tratamento cirúrgico, o qual pode ser realizado por via clássica ou laparoscópica. No presente estudo pretende-se avaliar a exequibilidade, eficácia e segurança da cirurgia antirrefluxo (fundoplicatura de Nissen) por via laparoscópica com ênfase no recém-nascido, lactente e primeira infância.
Material e Métodos: Estudaram-se as crianças com refluxo gastroesofágico propostas para cirurgia por via laparoscópica entre janeiro 2006 e dezembro 2012 num Serviço de Cirurgia Pediátrica de um Hospital universitário. Realizou-se uma análise descritiva e comparativa por faixa etária (grupo I: <1 ano, grupo II: 1-3 anos, grupo III: > 3 anos) e presença de comorbilidades. Foram avaliados os seguintes parâmetros: demografia, sintomatologia, comorbilidades, indicações operatórias, perioperatório e evolução pós-operatória. Foi assumido um nível de significância de 5%.
Resultados: Foram propostas 55 crianças, das quais 12 do grupo I, 15 do grupo II e 28 do grupo III. 50,9% apresentavam comorbilidades (21 com doença do sistema nervoso central e sete com atresia esofágica). Em 52 (94,5%) casos, a cirurgia foi exequível exclusivamente por via laparoscópica. A duração do procedimento foi de 167 ± 42 minutos, sem diferenças significativas entre grupos etários, mas superior na doença do sistema nervoso central. Com um seguimento de 35,5 ± 23,9 meses, ocorreram as seguintes complicações: síndrome de gas-bloat, dumping e disfagia em oito casos (15,7%) e hérniaparaesofágica em dois casos (3,9%), sem diferenças significativas entre os grupos; verificou-se recidiva clínica com reoperação em dois casos.
Conclusão: A fundoplicatura de Nissen laparoscópica é um procedimento exequível, eficaz e com baixa morbilidade, inclusive em recém-nascidos, lactentes e na primeira infância.

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Biografias Autor

Ana Dias, Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

Marina Amaral, Serviço de Cirurgia Pediátrica. Hospital S. João e Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

Eunice Trindade, Unidade de Gastrenterologia Pediátrica. Hospital S. João. Porto. Portugal.

Jorge Amil Dias, Unidade de Gastrenterologia Pediátrica. Hospital S. João. Porto. Portugal.

Miguel Campos, Serviço de Cirurgia Pediátrica. Hospital S. João e Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

José Estevão-Costa, Serviço de Cirurgia Pediátrica. Hospital S. João e Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

Publicado

2013-12-20

Como Citar

1.
Dias A, Amaral M, Trindade E, Dias JA, Campos M, Estevão-Costa J. Cirurgia Laparoscópica do Refluxo Gastroesofágico na Criança. Acta Med Port [Internet]. 20 de Dezembro de 2013 [citado 22 de Novembro de 2024];26(6):705-10. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/2071