Tempos de Resposta e Intervenções Extra-Hospitalar à Vítima de Trauma Major na Região Centro de Portugal: Um Estudo Retrospetivo

Autores

  • Sandra Rito *Co-primeira autora. Serviço de Medicina Intensiva. Unidade Local de Saúde de Coimbra. Coimbra; Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E). Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Coimbra. https://orcid.org/0009-0003-7903-3517
  • Ricardo J.O. Ferreira *Co-primeiro autor. Serviço de Medicina Intensiva. Unidade Local de Saúde de Coimbra. Coimbra; Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E). Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Coimbra; Centro de Investigação, Inovação e Desenvolvimento em Enfermagem de Lisboa (CIDNUR). Escola de Enfermagem de Lisboa. Lisboa; Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB). Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. https://orcid.org/0000-0002-2517-0247
  • Nuno Marques Delegação Regional do Centro. Instituto Nacional de Emergência Médica. Coimbra; Centro de Formação de Coimbra. Instituto Nacional de Emergência Médica. Coimbra. https://orcid.org/0000-0002-8842-4347
  • Alexandre Frutuoso Delegação Regional do Centro. Instituto Nacional de Emergência Médica. Coimbra; Centro de Formação de Coimbra. Instituto Nacional de Emergência Médica. Coimbra. https://orcid.org/0000-0003-0375-4740
  • Rui Baptista Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E). Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Coimbra; Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Coimbra. https://orcid.org/0000-0002-4125-1186

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.20983

Palavras-chave:

Cuidados Avançados de Suporte de Vida no Trauma, Fatores de Tempo, Ferimentos e Lesões, Medicina de Emergência, Serviços de Emergência Médica, Transporte de Doentes

Resumo

Introdução: A qualidade e rapidez do socorro pré-hospitalar à pessoa vítima de trauma major é vital para diminuir a sua elevada mortalidade. Contudo, desconhece-se a efetividade desta resposta em Portugal. O objetivo deste estudo foi analisar os tempos de resposta e as intervenções realizadas às vítimas de trauma major na região centro de Portugal.
Métodos: Estudo retrospetivo, descritivo, utilizando os registos clínicos de 2022 dos meios diferenciados do Instituto Nacional de Emergência Médica. Casos de óbito pré-chegada ao hospital e outras situações de não transporte foram excluídos. Determinaram-se cinco tempos, entre os quais o tempo de resposta (T1, decorrente entre acionamento e chegada ao local), o tempo no local (T2) e o tempo de transporte (T5, intervalo entre a decisão de transporte e a chegada ao serviço de urgência). Foram calculadas médias e medidas de dispersão para cada meio, bem como a proporção de casos em que foram cumpridos os tempos recomendados nacional e internacionalmente. Avaliou-se também a frequência de registo de seis intervenções chave.
Resultados: Dos 3366 registos, eliminaram-se 602 (384 por óbito), resultando em 2764 casos [suporte imediato de vida (SIV) = 36,0%, viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) = 62,2%, helicóptero de emergência médica (HEM) = 1,8%]. Num elevado número de registos não foi possível determinar tempos de socorro: por exemplo, o tempo de transporte (T5) foi determinável em apenas 29%, 13%, e 8% dos casos, respetivamente para SIV, VMER e HEM. O tempo recomendado para a estabilização (T2 ≤ 20 min), foi cumprido em 19,8% (SIV), 36,5% (VMER), e 18,2% (HEM) dos regis- tos. Já o tempo de transporte (T5 ≤ 45 min) foi cumprido em 80,0% (SIV), 93,1% (VMER) e 75,0% (HEM) dos registos (avaliáveis). A administração de analgesia (42% na SIV) e as medidas de prevenção de hipotermia (23,5% na SIV) foram as intervenções mais registadas.
Conclusão: Observaram-se muitos status omissos e falta de informação nos registos, sobretudo na VMER e HEM. De acordo com os registos, o tempo no local superou frequentemente as recomendações, enquanto o tempo de transporte tende a estar dentro das normas.

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Publicado

2024-07-01

Como Citar

1.
Rito S, Ferreira RJ, Marques N, Frutuoso A, Baptista R. Tempos de Resposta e Intervenções Extra-Hospitalar à Vítima de Trauma Major na Região Centro de Portugal: Um Estudo Retrospetivo . Acta Med Port [Internet]. 1 de Julho de 2024 [citado 22 de Novembro de 2024];37(7-8):526-34. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/20983

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