Fim de Vida em Neonatologia: Integração dos Cuidados Paliativos

Autores

  • Célia Soares Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.
  • Manuela Rodrigues Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.
  • Gustavo Rocha Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.
  • Angelina Martins Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.
  • Hercília Guimarães Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.2100

Resumo

Introdução: A limitação terapêutica e a implementação dos cuidados paliativos em Neonatologia revestem-se de extrema relevância na atualidade e são já uma realidade com tendência crescente em vários países. Não obstante, em Portugal, os estudos, recomendações e protocolos oficiais no que diz respeito às questões em fim de vida são ainda escassos.
Material e Métodos: Analisamos retrospetivamente os processos clínicos dos recém-nascidos falecidos na Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar de São João no período de 2010 a 2012 e comparamos os resultados com os obtidos num estudo realizado na mesma Unidade correspondente aos períodos 1992-1995 e 2002-2005.
Resultados: Na população estudada as anomalias congénitas foram a causa de morte em 57,1% casos, a prematuridade extrema em 18,4% casos e a infeção em 16,3%. No que refere ao ‘modo de morrer’, a paragem cardiorrespiratória irreversível às manobras de reanimação observou-se em 57,1% casos; 20,4% faleceram após abstenção de tratamento e 22,4% após suspensão de tratamento. Verificaram-se diferenças significativas para o ‘modo de morrer’ e as variáveis tempo de internamento e presença dos pais no momento da morte. Em 28,6% casos houve registo de tomada de decisão pela limitação terapêutica e adoção de cuidados paliativos e em 16,3% decisão de não reanimar. Para as duas últimas registou-se um aumento ao longo das três décadas analisadas. Também se registou uma tendência crescente para a utilização de escala de avaliação de dor neonatal, opióides e sedativos, presença parental no momento da morte, reuniões entre pais e neonatologistas, reuniões interdisciplinares e apoio psicológico aos pais.
Conclusão: Este estudo revela uma tendência crescente para a integração de medidas de limitação terapêutica e de cuidados paliativos na UCIN estudada. Contudo, há ainda muito a desenvolver, nomeadamente no que refere à investigação, formação dos profissionais e debate ético.

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Biografias Autor

Célia Soares, Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.

Manuela Rodrigues, Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.

Gustavo Rocha, Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.

Angelina Martins, Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.

Hercília Guimarães, Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Centro Hospitalar de São João/Faculdade de Medicina do Porto. Porto. Portugal.

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Publicado

2013-08-30

Como Citar

1.
Soares C, Rodrigues M, Rocha G, Martins A, Guimarães H. Fim de Vida em Neonatologia: Integração dos Cuidados Paliativos. Acta Med Port [Internet]. 30 de Agosto de 2013 [citado 30 de Junho de 2024];26(4):318-26. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/2100

Edição

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