Caso Fatal de Miocardite e Miosite Imunomediadas Associadas ao Tratamento com Inibidores de Checkpoint Imunitário e de Tirosina-Quinase
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.21306Palavras-chave:
Carcinoma de Células Renais/tratamento farmacológico, Inibidores de Checkpoint Imunológico/efeitos adversos, Inibidores de Tirosina-Quinase/efeitos adversos, Miocardite/induzida quimicamente, Miosite/induzida quimicamenteResumo
Os inibidores de checkpoint imunitário e os inibidores de tirosina-quinase constituem o novo standard of care no tratamento de primeira linha do carcinoma renal de células claras metastático. Existe uma preocupação crescente com os eventos adversos imunomediados graves. Um homem de 78 anos com carcinoma renal de células claras metastático tratado com pembrolizumab e axitinib foi admitido no serviço de urgência, 30 dias após o início do tratamento, com miosite rapidamente progressiva. Foi identificada miocardite com disfunção ventricular grave. A biópsia muscular foi compatível com miopatia inflamatória associada aos inibidores de checkpoint imunitário. A abordagem inicial com corticosteroides em alta dose obteve resposta insuficiente. A escalada terapêutica ao terceiro dia com metilprednisolona, imunoglobulina e abatacept associou-se a melhoria clínica. No décimo primeiro dia documentou-se arritmia maligna seguida de paragem cardiorrespiratória. Este é um dos primeiros casos a descrever miocardite e miosite durante o tratamento com pembrolizumab-axitinib. O inibidor de checkpoint imunitário parece ter o papel mais preponderante, mas é possível que o inibidor de tirosina-quinase, ao tentar promover a modulação imunitária, também possa potenciar as toxicidades graves.
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