Disparidade de Género nas Classificações dos Médicos Internos de Neurologia em Portugal

Autores

  • Filipa Ladeira *Shared first co-authorship. Multiple Sclerosis Centre of Integrated Responsibility. Unidade Local de Saúde São José. Lisbon. https://orcid.org/0000-0002-5530-3258
  • Patrícia Faustino *Shared first co-authorship. Neurology Department. Unidade Local de Saúde São José. Lisbon. 
  • Mafalda Soares *Shared first co-authorship. Neurology Department. Unidade Local de Saúde São José. Lisbon.
  • Vanessa Carvalho *Shared first co-authorship. Neurology Department. Unidade Local de Saúde Santa Maria. Lisbon.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.21637

Palavras-chave:

Equidade de Género, Internato e Residência, Médicas, Neurologia, Neurologistas, Portugal, Sexismo

Resumo

O preconceito implícito tem sido associado a disparidades de género nas carreiras médicas, influenciando o acesso a cargos de liderança e oportunidades ao longo da carreira. Pretendeu-se avaliar se existiriam diferenças na avaliação de médicos internos de neurologia de acordo com o género. Foram comparadas as classificações disponíveis publicamente de dois momentos de avaliação aos quais os médicos internos de neurologia são submetidos, no início e final do internato de neurologia, respetivamente: a Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada e o exame final de neurologia. A Prova Nacional de Seriação é uma avaliação de escolha múltipla, com ocultação de género na atribuição da classificação. O exame final de neurologia é uma avaliação oral sem ocultação de género na atribuição da classificação. Verificou-se que 36,5% das mulheres e 21,6% dos homens estavam no quartil superior de classificação na Prova Nacional de Seriação, o que reflete uma representação semelhante entre classificações superiores quando a avaliação é dependente de um exame com ocultação de género. Pelo contrário, a percentagem de homens no quartil superior de classificação no exame final de neurologia, uma avaliação sem ocultação de género, foi mais do dobro das mulheres (37,8% vs 18,3%). Os resultados do presente estudo podem implicar que existe uma disparidade na progressão na carreira das mulheres entre os médicos internos de neurologia em Portugal.

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Referências

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Publicado

2024-07-12

Como Citar

1.
Ladeira F, Faustino P, Soares M, Carvalho V. Disparidade de Género nas Classificações dos Médicos Internos de Neurologia em Portugal. Acta Med Port [Internet]. 12 de Julho de 2024 [citado 22 de Novembro de 2024];37(9):634-7. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/21637

Edição

Secção

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