Disparidade de Género nas Classificações dos Médicos Internos de Neurologia em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.21637Palavras-chave:
Equidade de Género, Internato e Residência, Médicas, Neurologia, Neurologistas, Portugal, SexismoResumo
O preconceito implícito tem sido associado a disparidades de género nas carreiras médicas, influenciando o acesso a cargos de liderança e oportunidades ao longo da carreira. Pretendeu-se avaliar se existiriam diferenças na avaliação de médicos internos de neurologia de acordo com o género. Foram comparadas as classificações disponíveis publicamente de dois momentos de avaliação aos quais os médicos internos de neurologia são submetidos, no início e final do internato de neurologia, respetivamente: a Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada e o exame final de neurologia. A Prova Nacional de Seriação é uma avaliação de escolha múltipla, com ocultação de género na atribuição da classificação. O exame final de neurologia é uma avaliação oral sem ocultação de género na atribuição da classificação. Verificou-se que 36,5% das mulheres e 21,6% dos homens estavam no quartil superior de classificação na Prova Nacional de Seriação, o que reflete uma representação semelhante entre classificações superiores quando a avaliação é dependente de um exame com ocultação de género. Pelo contrário, a percentagem de homens no quartil superior de classificação no exame final de neurologia, uma avaliação sem ocultação de género, foi mais do dobro das mulheres (37,8% vs 18,3%). Os resultados do presente estudo podem implicar que existe uma disparidade na progressão na carreira das mulheres entre os médicos internos de neurologia em Portugal.
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