Absentismo Laboral de Trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde Durante a Pandemia de COVID-19 em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.21761Palavras-chave:
Absentismo, Baixa por Doença, COVID-19, Pessoal de Saúde, Pandemias, Portugal/epidemiologiaResumo
Em março de 2020, foram detetados os primeiros casos de COVID-19 em Portugal. O presente estudo teve como objetivo quantificar e caracterizar o absentismo entre os trabalhadores de saúde do Serviço Nacional de Saúde durante a pandemia de COVID-19 em Portugal. Este estudo utilizou dados do Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde sobre o número de profissionais de saúde e dias de ausência (2015 - 2021). O absentismo foi comparado, antes e depois do início da pandemia, em termos absolutos e taxas. Realizou-se uma análise de séries temporais interrompidas, ajustando um modelo de regressão de Poisson. Controlou-se para a sazonalidade dos dados. Os resultados mostraram que, de 2015 até março de 2020, a taxa média mensal de ausência foi de 12,2%, aumentando para 14,5% no período subsequente. Isto representou um aumento de 19% na taxa de ausência. A análise de séries temporais interrompidas mostrou um aumento de 10,8% no absentismo do Serviço Nacional de Saúde após o início da pandemia [risco relativo = 1,10; IC de 95% 1,10 - 1,11; p < 0,01]. Ao considerar a sazonalidade nos dados, o modelo mostrou um aumento de 11,0% no absentismo do Serviço Nacional de Saúde [risco relativo = 1,11; IC 95% 1,00 - 1,23; p < 0,05]. Os resultados sugerem haver um aumento do número dias de ausência entre os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde durante a pandemia.
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