Reinternamentos Hospitalares em Portugal na Última Década
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.2178Resumo
Introdução: Os reinternamentos hospitalares estão associados a um incremento das despesas com a saúde e da mortalidade intrahospitalar. Neste trabalho, pretende-se caracterizar os reinternamentos hospitalares não-planeados, ocorridos num período de 30 dias após alta, de acordo com a sua Grande Categoria Diagnóstica, contexto hospitalar e características demográficas dos utentes, bem como estimar as taxas de mortalidade associadas. Pretende-se também estudar a evolução da taxa de reinternamentos na última década (2000-2008). Procurar-se-á ainda caracterizar os reinternamentos por insuficiência cardíaca.
Material e Métodos: Procedeu-se à análise estatística da base de dados de internamentos hospitalares públicos fornecida pela
Autoridade Central do Sistema de Saúde. Recorreu-se aos testes do qui-quadrado e de tendência para comparação de taxas de
reinternamentos.
Resultados: Das 5 514 331 hospitalizações não-planeadas no período em estudo, 4,1% corresponderam a reinternamentos hospitalares. Entre 2000 e 2008, a taxa de reinternamentos hospitalares aumentou continuamente de 3,0% para 4,7%. A mortalidade hospitalar foi significativamente maior entre os episódios de reinternamento (9,5%) do que nos restantes episódios (5,6%), p < 0,001. A taxa de reinternamentos foi significativamente maior em homens (4,5% versus 3,9% nas mulheres, p < 0,001) e doentes mais velhos (2,6% nas crianças e 5,3% nos idosos), sendo menor na região de Lisboa (2,7%) e nos hospitais centrais (3,0%, p < 0,001). Para os episódios de insuficiência cardíaca, foi obtida uma taxa de reinternamentos de 6,7%.
Discussão e Conclusão: Em termos gerais, as diferenças encontradas são similares às descritas noutros Países Ocidentais. Os episódios de reinternamento, cujas taxas têm vindo a aumentar em Portugal, estão associados a maior mortalidade intra-hospitalar.
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