Abordagem Diagnóstica, Terapêutica e de Monitorização na Suspeita de Neurossífilis: Proposta de Protocolo Clínico

Autores

  • Bárbara Martins Serviço de Neurologia. Unidade Local de Saúde de São João. Porto; Departamento de Neurociências Clínicas e Saúde Mental. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Porto. https://orcid.org/0000-0003-3026-3453
  • Gabriela Canelas Serviço de Doenças Infeciosas. Unidade Local de Saúde de São João. Porto.
  • Rafael Dias Serviço de Neurologia. Unidade Local de Saúde de São João. Porto; Departamento de Neurociências Clínicas e Saúde Mental. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Porto.
  • Beatriz Prista-Leão Serviço de Doenças Infeciosas. Unidade Local de Saúde de São João. Porto; Departamento de Medicina. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. https://orcid.org/0000-0002-2411-1499
  • Cláudio Silva Serviço de Doenças Infeciosas. Unidade Local de Saúde de São João. Porto; Departamento de Medicina. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. https://orcid.org/0000-0002-4694-1362
  • Andreia Costa Serviço de Neurologia. Unidade Local de Saúde de São João. Porto; Departamento de Neurociências Clínicas e Saúde Mental. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Porto. https://orcid.org/0000-0002-5331-9934
  • André Silva-Pinto Serviço de Doenças Infeciosas. Unidade Local de Saúde de São João. Porto; Departamento de Medicina. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. https://orcid.org/0000-0002-2077-3356

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.21847

Palavras-chave:

Neurossífilis/diagnóstico, Neurossífilis/tratamento, Serodiagnóstico da Sífilis

Resumo

O presente protocolo clínico foi desenhado para servir como um guia hospitalar na abordagem diagnóstica, terapêutica e de monitorização da neurossífilis, tendo em conta a positividade ou não para o vírus de imunodeficiência humana. A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, de notificação obrigatória, conhecida como a grande imitadora nosológica. Em cerca de 30% dos casos de doença não tratada ocorre infeção persistente do sistema nervoso central. A neurossífilis é uma forma grave e progressiva de sífilis, que pode ocorrer em qualquer estádio da doença, com frequente atraso no diagnóstico e tratamento. Classifica-se como neurossífilis precoce (meningite sifilítica, neurossífilis meningovascular ou gomas sifilíticas) e neurossífilis tardia (gomas sifilíticas, demência sifilítica ou tabes dorsalis). A importância da punção lombar prende-se não só com questões diagnósticas, mas também com a avaliação da eficácia do tratamento. O tratamento desta patologia em todos os estádios consiste em penicilina por via parentérica. Com este protocolo pretende-se facilitar a decisão clínica nos casos de suspeita de neurossífilis através de uma conduta sistematizada, individualizada e multidisciplinar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Chow F. Neurosyphilis. Contin Lifelong Learn Neurol. 2021;27:1018-39.

Denman J, Hodson J, Manavi K. Infection risk in sexual contacts of syphilis: a systematic review and meta-analysis. J Infect. 2022;84:760-9.

Stoltey JE, Cohen SE. Syphilis transmission: a review of the current evidence. Sex Health. 2015;12:103-9.

Workowski KA, Bolan GA. Sexually transmitted diseases treatment guidelines, 2015. MMWR Recomm Reports. 2015;64:1-137.

European Centre for Disease Prevention and Control. Syphilis - annual epidemiological report for 2021. [consultado 2023 dez 26]. Disponível em: https://www.ecdc.europa.eu/sites/default/files/documents/syphilisannual-

epidemiological-report-2021.pdf.

Marra CM. Neurosyphilis. Continuum. 2015;21:1714-28.

Hamill MM, Ghanem KG, Tuddenham S. State-of-the-art review: neurosyphilis. Clin Infect Dis. 2024;78:e57-68.

Ropper AH. Neurosyphilis. N Engl J Med. 2019;381:1358-63.

Klein M, Angstwurm K, Esser S, Hahn K, Maschke M, Scheithauer S, et al. German guidelines on the diagnosis and treatment of neurosyphilis. Neurol Res Pract. 2020;2:33.

Maury I, Alves M, Fonseca T. Neurosyphilis prevalence at a Portuguese stroke unit care. Aging Clin Exp Res. 2019;31.

Lautenschlager S. Diagnosis of syphilis: clinical and laboratory problems. J Dtsch Dermatol Ges. 2006;4:1058-75.

Bibbins-Domingo K, Grossman DC, Curry SJ, Davidson KW, Epling Jr JW, Garcia FA, et al. Screening for syphilis infection in nonpregnant adults and adolescents: US Preventive Services Task Force Recommendation Statement. JAMA. 2016;315:2321-7.

Centers for Disease Control and Prevention. Sexually transmitted infections treatment guidelines. 2021. [consultado 2024 jan 01]. Disponível em https://www.cdc.gov/std/treatment-guidelines/syphilis.htm.

Janier M, Unemo M, Dupin N, Tiplica GS, Potočnik M, Patel R. 2020 European guideline on the management of syphilis. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2021;35:574-88.

Boog GH, Lopes JV, Mahler JV, Solti M, Kawahara LT, Teng AK, et al. Diagnostic tools for neurosyphilis: a systematic review. BMC Infect Dis. 2021;21:568.

Gao ZX, Gou Y, Liu XQ, Peng LW. Advances in laboratory diagnostic methods for cerebrospinal fluid testing for neurosyphilis. Front Public Health. 2022;10:1030480.

Sytsma TT, Theel ES, Temesgan Z, Toledano M. Assessing utilization of the cerebrospinal fluid venereal disease research laboratory test for diagnosis of neurosyphilis: a cohort study. J Gen Intern Med. 2021;36:77-83.

Singh AE. Ocular and neurosyphilis: epidemiology and approach to management. Curr Opin Infect Dis. 2020;33:66-72.

Workowski KA, Bachmann LH, Chan PA, Johnston CM, Muzny CA, Park I, et al. Sexually transmitted infections treatment guidelines, 2021. MMWR Recomm Rep. 2021;70;2021.

Kingston M, French P, Higgins S, McQuillan O, Sukthankar A, Stott C, et al. UK national guidelines on the management of syphilis 2015. Int J STD AIDS. 2016;27:421-46.

Tuddenham S, Ghanem KG. Neurosyphilis: knowledge gaps and controversies. Sex Transm Dis. 2018;45:147.

Hook EW 3rd. Syphilis. Lancet. 2017;389:1550-7.

New York City Department of Health and Mental Hygiene Bureau of Sexually Transmitted Infections; New York City STD Prevention Training Center. The diagnosis, management and prevention of syphilis: an update and review. New York: NYC Health; 2019. [consultado 2024 jan 21]. Disponível em: https://www.nycptc.org/x/Syphilis_Monograph_2019_NYC_PTC_NYC_DOHMH.pdf.

Kenyon C, Herrmann B, Hughes G, de Vries HJ. Management of asymptomatic sexually transmitted infections in Europe: towards a differentiated, evidence-based approach. Lancet Reg Health Eur. 2023;34:100743.

Downloads

Publicado

2024-12-02

Como Citar

1.
Martins B, Canelas G, Dias R, Prista-Leão B, Silva C, Costa A, Silva-Pinto A. Abordagem Diagnóstica, Terapêutica e de Monitorização na Suspeita de Neurossífilis: Proposta de Protocolo Clínico. Acta Med Port [Internet]. 2 de Dezembro de 2024 [citado 5 de Dezembro de 2024];37(12):871-82. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/21847

Edição

Secção

Normas de Orientação