Teste de Rastreio de Afasia (TeRAp): Construção e Validação para o Português Europeu
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.22233Palavras-chave:
Afasia/diagnóstico, Inquéritos e Questionários, Portugal, PsicometriaResumo
Introdução: A afasia é uma perturbação adquirida da linguagem muito frequente após uma lesão cerebral, mas nem sempre é fácil fazer o diagnóstico diferencial com outra perturbação da comunicação. A avaliação da comunicação nas fases agudas do AVC, quando o doente está acamado ou quando não há tempo para uma avaliação mais aprofundada, deverá ser feita com um teste de rastreio formal do qual se tenha dados normativos. O objetivo deste estudo foi desenvolver o Teste de Rastreio de Afasia (TeRAp) em formato digital (appWeb) e apresentar os seus valores clinimétricos.
Métodos: Foi construído um teste de rastreio (TeRAp), em formato appWeb, que avalia as principais áreas do processamento da linguagem e fornece automaticamente uma hipótese de diagnóstico. Foi avaliado um grupo de pessoas com afasia e o seu desempenho foi comparado com três grupos de controlo, um de pessoas saudáveis e dois grupos de pessoas com patologias neurológicas, um com disartria e outro com défice cognitivo ligeiro.
Resultados: Foram obtidos valores de tecto em todos os testes. Foram obtidos valores de sensibilidade de 1 e de especificidade de 0,99 para a presença de afasia.
Conclusão: Desenvolveu-se um teste de rastreio da afasia, em formato online, com excelentes resultados de sensibilidade e especificidade, que poderá ser utilizado por qualquer profissional de saúde.
Downloads
Referências
Fonseca J. Afasia: definição e classificação. In: Afasia e comunicação após lesão cerebral. Definição, classificação e reabilitação. Fonseca J, editor. Lisboa: Papaletras; 2018. p.33-6.
Berthier ML. Poststroke aphasia: epidemiology, pathophysiology and treatment. Drugs Aging. 2005;22:163-82.
Wu C, Qin Y, Lin Z, Yi X, Wei X, Ruan Y, et al. Prevalence and impact of aphasia among patients admitted with acute ischemic stroke. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2020;29:104764.
Ellis C, Simpson AN, Bonilha H, Mauldin PD, Simpson KN. The one-year attributable cost of poststroke aphasia. Stroke. 2012;43:1429-31.
Ginex V, Viganò M, Gilardone G, Monti A, Gilardone M, Corbo M. Predicting home discharge after inpatient rehabilitation of stroke patients with aphasia. Neuropsychol Rehabil. 2022;33:393-408.
Ferro JM, Mariano G, Madureira S. Recovery from aphasia and neglect. Cerebrovasc Dis. 1999;9:6-22.
Leal G. Recuperação e reabilitação da afasia. In: Afasia e comunicação após lesão cerebral. Definição, classificação e reabilitação. Fonseca J, editor. Lisboa: Papaletras; 2018. p.283-96.
El Hachioui H, Visch-Brink EG, de Lau LM, van de Sandt-Koenderman MW, Nouwens F, Koudstaal PJ, et al. Screening tests for aphasia in patients with stroke: a systematic review. J Neurol. 2017;264:211-20.
Nouwens F, Visch-Brink EG, Van de Sandt-Koenderman MM, Dippel DW, Koudstaal PJ, de Lau LM. Optimal timing of speech and language therapy for aphasia after stroke: more evidence needed. Expert Rev Neurother. 2015;15:885-93.
Kristinsson S, Basilakos A, den Ouden DB, Cassarly C, Spell LA, Bonilha L, et al. Predicting outcomes of language rehabilitation: prognostic factors for immediate and long-term outcomes after aphasia therapy. J Speech Lang Hear Res. 2023;66:1068-84.
Wang R, Wei W, Zhou J, Yu M, Zhang X, Luo Y, et al. Clinical assessment and screening of stroke patients with aphasia: a best practice implementation project. JBI Evid Implement. 2022;20:144-53.
Fonseca J, Farrajota L, Leal G, Castro Caldas A. Aphasia 10 years later. J Clin Exp Neuropsychol. 1993;15:398.
Rohde A, Worrall L, Godecke E, O’Halloran R, Farrell A, Massey M. Diagnosis of aphasia in stroke populations: a systematic review of language tests. PLoS One. 2018;13:e0194143.
Hantson L, De Weerdt W, De Keyser J, Diener HC, Franke C, Palm R, et al. The European stroke scale. Stroke. 1994;25:2215-9.
National Institutes of Health. National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Stroke scale. [cited 2024, Jul 19]. Available from: https://www.ninds.nih.gov/sites/default/files/documents/NIH-Stroke-Scale_
updatedFeb2024_508.pdf.
Enderby PM, Wood VA, Wade DT, Langton Hewer R. The frenchay aphasia screening test: a short, simple test for aphasia appropriate for nonspecialists. Int J Rehab Med. 1987;8:166-70.
Flamand-Roze C, Falissard B, Roze E, Maintigneux L, Beziz J, Chacon A, et al. Validation of a new language screening tool for patients with acute strole. Stroke. 2011;42:1224-9.
Sabe L, Courtis MJ, Saavedra MM, Prodan V, de Lujan-Calcagno M, Melian S. Development and validation of a short battery of tests for the assessment of aphasia: ‘bedside assessment of language’. Its use in a rehabilitation centre. Rev Neurol Apr. 2008;46:454-60.
Cruz AL, Santos ME, Reis A, Faísca L. Validação portuguesa de um teste breve para rastreio da afasia (Bedside de Lenguaje). Sinapse. 2014;14:9-17.
Azuar C, Leger A, Arbizu C, Henry-Amar F, Chomel-Guillaume S, Samson Y. The aphasia rapid test: an NIHSS-like aphasia test. J Neurol. 2013;260:2110-7.
Tábuas-Pereira M, Freitas S, Beato-Coelho J, Ribeiro J, Parra J, Martins C, et al. Aphasia rapid test: estudos de tradução, adaptação e validação para a população portuguesa. Acta Med Port. 2018;31:265-71.
Soares AP, Iriarte Á, de Almeida JJ, Simões A, Costa A, Machado J, et al. Procura-PALavras (P-PAL): a web-based interface for a new European Portuguese lexical database. Behav Res. 2018;50:1461-81.
Damásio AR. Neurologia da linguagem. Lisboa: Livraria BuchHolz; 1973.
Castro Caldas A. Diagnóstico e evolução das afasias de causa vascular. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa; 1979.
Ferro JM. Neurologia do comportamento. Estudo de correlação com a tomografia axial computorizada. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa; 1986.
Portet F, Ousset PJ, Visser PJ, Frisoni GB, Nobili F, Scheltens P, et al. Mild cognitive impairment (MCI) in medical practice: a critical review of the concept and new diagnostic procedure. Report of the MCI Working Group of the European Consortium on Alzheimer’s Disease. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2006;77:714-8.
Johnson L, Nemati S, Bonilha L, Rorden C, Busby N, Basilakos A, et al. Predictors beyond the lesion: health and demographic factors associated with aphasia severity. Cortex. 2022;154:375-89.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2024 Acta Médica Portuguesa
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons