Da Preconceção à Amamentação: O que Pensam os Profissionais de Saúde e as Mulheres sobre a Suplementação Vitamínica
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.22763Palavras-chave:
Aconselhamento, Amamentação, Cuidado Pré-Concepcional, Equipa de Cuidados ao Doente, Gravidez, Suplementos Nutricionais, VitaminasResumo
Na gravidez, os hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e suplementação vitamínica, são essenciais para a saúde materno-fetal. As deficiências nutricionais podem causar malformações fetais, sendo que organizações como a Direção-Geral da Saúde recomendam a suplementação com ácido fólico e iodo. Contudo, as diretrizes para outros micronutrientes, como o ferro e o zinco, são menos claras, gerando dúvidas entre profissionais de saúde. Um estudo descritivo realizado entre março e agosto de 2023 avaliou a perceção de médicos, farmacêuticos e mulheres sobre a suplementação. Entre os 230 médicos entrevistados, 89,1% destacaram a importância da consulta pré-concecional, sendo o ácido fólico o suplemento mais recomendado. Na gravidez, 81,7% prescreveram ácido fólico, 49,6% ferro e 60,4% iodo. Contudo, apenas dois terços das mulheres relataram suplementação no pós-parto, evidenciando uma lacuna nos cuidados nesta fase. Entre os 433 farmacêuticos, 48% acreditam na necessidade de maior intervenção no aconselhamento sobre suplementação, especialmente no pós-parto, quando a procura por informações aumenta. Das 1107 mulheres inquiridas, 49% não realizaram consulta pré-concecional, muitas vezes obtendo informações de fontes informais, o que prejudica a adesão às recomendações médicas. Apesar da alta adesão à suplementação na gravidez, fatores como o custo e o receio de efeitos adversos ainda são barreiras. É essencial melhorar o aconselhamento antes, durante e após a gravidez, com estratégias personalizadas que envolvam médicos, farmacêuticos e programas comunitários, visando melhores resultados materno-fetais.
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