Neuroimagem na Infecção Vírus da Imunodeficiência Humana
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.253Resumo
Introdução: A infecção do Sistema Nervoso Central (SNC) pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) ocorre precocemente no curso da doença, estando associada a alterações que podem atingir qualquer nível do neuroeixo. A neuroimagem desempenha um papel cada vez mais importante, quer no diagnóstico, quer na monitorização longitudinal destas complicações, que podem ser divididas em três categorias principais: lesões associadas directamente ao VIH, infecções oportunistas e neoplasias.
Objectivos: Identificar e descrever as alterações neurorradiológicas encontradas numa população de doentes VIH positivos.
Métodos: Estudo retrospectivo, com análise dos processos clínicos e revisão dos estudos neuroimagiológicos de doentes VIH positivos internados no Centro Hospitalar de Coimbra - E.P.E. no período compreendido entre 1 de Janeiro de 2008 e 31 de Março de 2011.
Resultados: No período de estudo identificaram-se 337 episódios de internamento de doentes com infecção pelo VIH, correspondendo a um total de 196 pacientes. Destes, 88 foram submetidos a pelo menos um exame neuroimagiológico, apresentando uma idade média de 47,1 (27-89) anos, sendo que 75% eram do sexo masculino. Em 12,5% dos exames não se identificaram alterações de registo. Em 69,3% observou-se atrofia, em 31,2% a presença de lesões sequelares com etiologias diversas (vascular, infecciosa), tendo-se identificado oito casos de encefalite por VIH. Em 19,3% dos doentes diagnosticou-se a presença de infecção oportunista (11 casos de Toxoplasmose, quatro de Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva, um de Tuberculose e um de Neurossífilis). Referem-se ainda 10 casos com evidências de lesões vasculares recentes. Embora, em alguns casos, consideradas no diagnóstico diferencial, na amostra deste estudo não se identificaram neoplasias.
Conclusões: O (re)conhecimento das alterações do SNC associadas à infecção por VIH e dos seus padrões imagiológicos é fulcral para o respectivo diagnóstico e estabelecimento de terapêutica adequada. As técnicas avançadas de Ressonância Magnética podem ter um papel importante neste contexto.
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