Sistemas de Derivação de Fluxo no Tratamento de Aneurismas Intra-cranianos – resultados aos seis Meses de Seguimento

Autores

  • Tiago Baptista Serviço de Neurorradiologia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Isabel Fragata Serviço de Neurorradiologia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Clara Ribeiro Serviço de Neurorradiologia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • João Reis Serviço de Neurorradiologia. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.254

Resumo

A reconstrução endoluminal com sistemas de derivação de fluxo (flow diverter devices) constitui uma técnica inovadora no tratamento de aneurismas intra-cranianos. Estes novos stents, auto-expansíveis e de reduzida porosidade, são libertados através de microcateterização da artéria portadora do aneurisma, reconstruindo assim a sua parede e excluindo a formação aneurismática da circulação arterial. Neste trabalho mostramos os resultados preliminares obtidos no tratamento de 10 doentes no Hospital de São José, Lisboa. Estes doentes, com aneurismas de colo largo (> 4mm) ou ratio saco/colo não favorável (< 1,5), foram tratados com o sistema PIPELINE®, e estudos angiográficos de controlo foram efectuados aos três e seis meses. Novo controlo será feito aos 12 meses. A idade media dos doentes envolvidos é de 54,3 anos, oito doentes são do sexo feminino e dois doentes do sexo masculino. Os aneurismas foram incidentalmente descobertos em dois doentes e os restantes foram diagnosticados no contexto de investigação imagiológica por cefaleias (n = 3), defeito de campo visual (n = 1), vertigens (n = 1) e parésia de pelo menos um par craniano (n = 2). Em apenas dois doentes foi observada hemorragia subaracnoideia e outros dois doentes foram submetidos a terapêutica endovascular prévia, com espiras metálicas. As localizações dos aneurismas tratados são o segmento M1/M2 da artéria cerebral média (n = 1) e os segmentos da artéria carótida interna para-oftálmico (n = 6), oftálmico (n = 2) e cavernoso (n = 4). Treze aneurismas intra-cranianos foram tratados uma vez que três doentes apresentavam múltiplos aneurismas. Os estudos de controlo efectuados demonstram um grau de oclusão médio aos três meses de 74% e aos seis meses de 86%. Não se observou qualquer redução das dimensões do saco de um dos aneurismas para-oftálmico. A experiência deste serviço é muito favorável a utilização de sistemas de derivação de fluxo no tratamento de aneurismas seleccionados, tendo obtido taxas de oclusão elevadas dados os desafios existentes na terapêutica deste tipo de aneurismas.

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Publicado

2012-11-02

Como Citar

1.
Baptista T, Fragata I, Ribeiro C, Reis J. Sistemas de Derivação de Fluxo no Tratamento de Aneurismas Intra-cranianos – resultados aos seis Meses de Seguimento. Acta Med Port [Internet]. 2 de Novembro de 2012 [citado 23 de Novembro de 2024];25:13-6. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/254

Edição

Secção

Original