Caracterização Psicossocial de uma População Portuguesa de Amputados do Membro Inferior
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.27Resumo
Objectivo: Caracterização psicossocial de uma amostra de doentes amputados seguidos numa consulta de Medicina Física e de Reabilitação (MFR) num centro hospitalar terciário em Portugal.
Material e métodos: Estudo transversal de 45 doentes amputados de membro inferior consecutivamente referenciados para uma primeira avaliação em consulta de MFR-amputados após a alta hospitalar. Da amostra inicial, 2 foram excluídos da análise e 4 doen- tes recusaram participar no estudo. Os dados sócio-demográficos e antecedentes médico-cirúrgicos foram recolhidos mediante a utilização de um questionário estruturado, e a informação clínica referente às características da amputação obtida a partir dos registos clínicos. A capacidade funcional foi avaliada com o Amputee Mobility Predictor (AMP), a qualidade de vida através da short-form 36 (SF36), e a sintomatologia depressiva e ansiosa pela aplicação da Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS).
Resultados: Dos 39 pacientes analisados, 32 (82,1%) eram homens, com idade [média (desvio padrão): 67, 6 (12,57)] anos, 28 (71,8%) eram casados, 30 (76,9%) estavam reformados, 3 (7,7%) estavam desempregados, 4 (10,3%) estavam de baixa, e 2 (5,1%) estavam empregados. Quanto à causa da amputação, 36 (92,3%) eram de etiologia vascular, 1 (2,6%) sequelar a infecção e 2 (5,1%) de etiologia neoplásica). Quanto ao nível de amputação, 23 (59%) amputações transfemorais, 10 (25,6%) amputações transtibiais, e 6 (15,4%) amputações do pé. Da amostra estudada, 14 (35,9%) tinham níveis de ansiedade patológica (HADS - ansiedade ≥8) e 15 (38,5%) apresentavam depressão clínica (HADS - depressão ≥8). A nível da qualidade de vida e percepção geral do estado de saúde, a pontuação foi baixa sobretudo nas dimensões físicas da SF36 com uma pontuação no componente físico sumário [P50 (P25-P75): 31,0 (26,8-39,4)], e no componente mental sumário: 41,9 (31,8-48,3)]. Na amostra estudada, os dados da AMP apresentaram pontua- ção [P50 (P25-P75): 8 (4-16)], variando de 0 a 27.
Conclusão: A amostra estudada apresenta uma elevada prevalência de sintomatologia depressiva/ansiosa. Como estas alterações do perfil psico-social têm impacto importante sobre a adesão ao programa de reabilitação, o prognóstico funcional e a qualidade de vida, a sua avaliação e orientação terapêutica devem fazer parte da abordagem destes doentes.
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