Caracterização de Doentes com Espondilite Anquilosante em Hidrocinesiterapia – Uma Avaliação Multidimensional

Autores

  • Filipa Januário Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Joana Almeida Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro - Rovisco Pais. Tocha. Portugal.
  • Sara Serra Serviço de Reumatologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Carla Amaral Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Pedro Machado Serviço de Reumatologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Luís André Rodrigues Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.290

Resumo

Objectivos: Caracterização clínica, funcional e laboral de doentes com Espondilite Anquilosante (EA) que realizam regularmente hidrocinesiterapia (HCT), e avaliação do impacto da HCT no alívio dos sintomas, função e consumo de analgésicos e anti-inflamatórios não esteróides (AINEs).

Material e Métodos: Foi feita a caracterização transversal de um grupo de doentes com EA a realizar HCT. Foram colhidos dados demográficos, clínicos (incluindo actividade da doença, função e qualidade de vida relacionada com a saúde), radiográficos e laboratoriais, e aplicado um questionário acerca da situação laboral, presença de dispneia, tabagismo, número de sessões e benefício da HCT.

Resultados: Foram incluídos 22 doentes (73% do sexo masculino), com idade média de 55,6 ± 8,8 anos, e duração média de doença de 28,0 ± 13,13 anos. Além do envolvimento axial, 50% tinham história prévia de entesite, 54,5% de artrite periférica, 18% de dactilite e 36% de uveíte. À data da avaliação 81% reportaram queixas de lombalgia (39% de ritmo inflamatório), 18% apresentavam oligoartrite e 9,1% tinham prótese total da anca e/ou joelho. A maioria dos doentes tinha doença activa, deterioração funcional acentuada e redução da qualidade de vida relacionada com a saúde. Cerca de 54,5% eram reformados por invalidez, 18,2% fumadores e 36,4% tinham dispneia; 31,8% apresentaram alteração ventilatória restritiva; 36,4% obstrutiva (predomínio das pequenas vias aéreas); 13,6% mista e em 18,2 % a espirometria foi normal. A média do tempo total de HCT foi de 13 ± 6,8 anos. Os doentes frequentavam uma média de 3 sessões por semana e 3 séries de 15 sessões por ano. Dos 22,7% que realizavam outra actividade física, 80% faziam marcha e 20% ciclismo. Houve ainda redução significativa do consumo de analgésicos (p < 0,05) e de AINEs (p < 0,01).

Conclusões: Encontrou-se uma percentagem elevada de alterações espirométricas. A maioria dos doentes está reformada por invalidez. Os doentes sentem benefício com a HCT, que também contribuiu para a redução do consumo de analgésicos e AINEs. Salienta-se a importância de uma avaliação sistémica global e multidisciplinar da EA para optimizar terapêuticas e melhorar a qualidade de vida destes doentes.

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Publicado

2012-11-12

Como Citar

1.
Januário F, Almeida J, Serra S, Amaral C, Machado P, Rodrigues LA. Caracterização de Doentes com Espondilite Anquilosante em Hidrocinesiterapia – Uma Avaliação Multidimensional. Acta Med Port [Internet]. 12 de Novembro de 2012 [citado 18 de Julho de 2024];25(5):301-7. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/290