Caracterização de Doentes com Espondilite Anquilosante em Hidrocinesiterapia – Uma Avaliação Multidimensional
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.290Resumo
Objectivos: Caracterização clínica, funcional e laboral de doentes com Espondilite Anquilosante (EA) que realizam regularmente hidrocinesiterapia (HCT), e avaliação do impacto da HCT no alívio dos sintomas, função e consumo de analgésicos e anti-inflamatórios não esteróides (AINEs).
Material e Métodos: Foi feita a caracterização transversal de um grupo de doentes com EA a realizar HCT. Foram colhidos dados demográficos, clínicos (incluindo actividade da doença, função e qualidade de vida relacionada com a saúde), radiográficos e laboratoriais, e aplicado um questionário acerca da situação laboral, presença de dispneia, tabagismo, número de sessões e benefício da HCT.
Resultados: Foram incluídos 22 doentes (73% do sexo masculino), com idade média de 55,6 ± 8,8 anos, e duração média de doença de 28,0 ± 13,13 anos. Além do envolvimento axial, 50% tinham história prévia de entesite, 54,5% de artrite periférica, 18% de dactilite e 36% de uveíte. À data da avaliação 81% reportaram queixas de lombalgia (39% de ritmo inflamatório), 18% apresentavam oligoartrite e 9,1% tinham prótese total da anca e/ou joelho. A maioria dos doentes tinha doença activa, deterioração funcional acentuada e redução da qualidade de vida relacionada com a saúde. Cerca de 54,5% eram reformados por invalidez, 18,2% fumadores e 36,4% tinham dispneia; 31,8% apresentaram alteração ventilatória restritiva; 36,4% obstrutiva (predomínio das pequenas vias aéreas); 13,6% mista e em 18,2 % a espirometria foi normal. A média do tempo total de HCT foi de 13 ± 6,8 anos. Os doentes frequentavam uma média de 3 sessões por semana e 3 séries de 15 sessões por ano. Dos 22,7% que realizavam outra actividade física, 80% faziam marcha e 20% ciclismo. Houve ainda redução significativa do consumo de analgésicos (p < 0,05) e de AINEs (p < 0,01).
Conclusões: Encontrou-se uma percentagem elevada de alterações espirométricas. A maioria dos doentes está reformada por invalidez. Os doentes sentem benefício com a HCT, que também contribuiu para a redução do consumo de analgésicos e AINEs. Salienta-se a importância de uma avaliação sistémica global e multidisciplinar da EA para optimizar terapêuticas e melhorar a qualidade de vida destes doentes.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons