Efeito de Hidroxietilamido sobre Lesão Renal Aguda em Modelo de Isquemia-Reperfusão Hepática

Autores

  • Manuel Oliveira-Santos Unidade de Cirurgia Experimental. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Maria Francelina Lopes Serviço de Cirurgia Pediátrica. Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Dora Catré Serviço de Anestesiologia. Hospital de São Teotónio. Viseu. Portugal.
  • Esmeralda Gonçalves Departamento de Matemática. Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • António Cabrita Instituto de Patologia Experimental. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.292

Resumo

Introdução: As manobras de controlo vascular hepático utilizadas durante cirurgia de fígado estão normalmente associadas a lesão de isquemia-reperfusão, que pode resultar em disfunção renal aguda. O modelo murino tem sido utilizado para estudo desta lesão. Os hidroxietilamidos têm reconhecidas propriedades anti-inflamatórias e melhoram a microcirculação. Os de terceira geração, nomeadamente o 130/0.4, têm melhor perfil de segurança que hidroxietilamidos anteriores.

Objetivos: Avaliação da lesão renal em modelo murino de lesão de isquemia-reperfusão hepática parcial normotérmica e investigação do efeito do hidroxietilamido 130/0.4 nessa lesão.

Métodos: Distribuíram-se aleatoriamente 72 ratos Wistar do sexo masculino por seis grupos de características idênticas (n = 12 x 6). Em três deles, os de isquemia-reperfusão, clampou-se o pedículo vascular dos lobos hepáticos esquerdo e mediano, induzindo isquemia parcial (70%), e removeu-se o clampe 60 minutos depois (grupos IR + HEA e IR + SH, com administração de hidroxietilamido ou soro fisiológico hipertónico (7,5%) no momento da reperfusão, respetivamente, e grupo IR, sem fluidoterapia). Os grupos de controlo foram operados e tratados segundo o mesmo protocolo, mas sem indução de isquemia (sham + HEA, sham + SH e sham). Após 120 minutos de reperfusão nos grupos de isquemia-reperfusão e 180 minutos de cirurgia nos grupos de controlo colheu-se sangue da artéria aorta para doseamento de creatinina, ureia e alanina aminotransferase e retiraram-se amostras renais e hepáticas para análise histopatológica.

Resultados: Como já publicado pelo nosso grupo, o modelo de lesão de isquemia-reperfusão hepática parcial apresentou lesão hepática. No presente trabalho, o grupo IR teve concentrações médias de creatinina, ureia e score histopatológico superiores ao grupo sham (p < 0,05). A creatininémia e uremia foram significativamente inferiores tanto no grupo IR + HEA (23,08 μmol/L e 8,38 mmol/L, respetivamente) como no grupo IR + SH (26,59 μmol/L e 7,82 mmol/L) relativamente ao grupo IR (40,101 μmol/L e 11,25 mmol/L). Não se encontrou diferença significativa entre os grupos IR + HEA e IR + SH (marcadores séricos e histopatologia).

Conclusões: O modelo de lesão de isquemia-reperfusão hepática foi eficaz na produção de lesão renal. Tanto o hidroxietilamido 130/0.4 como o soro fisiológico hipertónico foram protetores renais neste contexto e não lesaram o rim no controlo. Justificam-se mais estudos para complementar as implicações clínicas da administração de hidroxietilamido 130/0.4 em cirurgia hepática.

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Publicado

2012-11-12

Como Citar

1.
Oliveira-Santos M, Lopes MF, Catré D, Gonçalves E, Cabrita A. Efeito de Hidroxietilamido sobre Lesão Renal Aguda em Modelo de Isquemia-Reperfusão Hepática. Acta Med Port [Internet]. 12 de Novembro de 2012 [citado 18 de Julho de 2024];25(5):308-16. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/292